Durante a Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente, realizada em Nairóbi, capital do Quênia, o relatório elaborado pela International Solid Waste Association (ISWA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) foi apresentado. Segundo Carlos Silva Filho, presidente da ISWA e um dos autores do relatório, cerca de 40% dos resíduos sólidos ainda são destinados a locais inadequados, como lixões e queima a céu aberto, o que levanta preocupações sobre o impacto ambiental e na saúde pública.
No Brasil, foram gerados aproximadamente 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos domésticos, com 93% de cobertura de coleta, porém 40% desses resíduos ainda são encaminhados para destinos inadequados. Os índices de reciclagem no país e na América do Sul são limitados, com o Brasil reciclando apenas de 3 a 4% dos resíduos sólidos urbanos.
O relatório aponta que o Brasil precisa de ações urgentes, pois até 2050 a produção de resíduos no país deve aumentar em mais de 50%, chegando a 120 milhões de toneladas por ano. O aumento na geração de resíduos é atribuído principalmente ao crescimento econômico e populacional.
Para reverter essa tendência preocupante, são necessárias mudanças nos modelos de produção, distribuição e descarte de materiais. Um dos exemplos citados é o sistema de responsabilidade estendida dos produtores, no qual os fabricantes se tornam responsáveis pelo retorno dos produtos ao mercado. Além disso, medidas para combater o desperdício de alimentos e ampliar o mercado de reciclagem são fundamentais para alcançar o cenário promissor de reciclagem de 60% no mundo até 2050.
É urgente a implementação de políticas e práticas mais sustentáveis para evitar um cenário catastrófico de aumento descontrolado na geração de resíduos sólidos e garantir um futuro ambientalmente saudável para as gerações futuras.
