O encontro se estenderá até sexta-feira (26), sendo a terceira reunião da trilha financeira do G20 sob a presidência brasileira. A jornada teve início em fevereiro, quando ministros e presidentes dos bancos centrais se reuniram por uma semana em São Paulo, ocasião em que o Brasil apresentou pela primeira vez a ideia de tributar os super-ricos. Em abril, um segundo encontro ocorreu em Washington, paralelo à reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Paralelamente à reunião do G20, diversos eventos ocorrerão na cidade. Desde segunda-feira (22), especialistas de governos, sociedade civil, academia, setor privado e organismos internacionais estão reunidos na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, para debater um modelo de Estado socialmente justo e voltado para o desenvolvimento sustentável.
Outro evento significativo será o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa iniciativa, uma das prioridades do Brasil na presidência do G20, busca formalizar documentos e abrir caminho para a adesão de países interessados. O evento será realizado no Galpão da Cidadania, sede da organização Ação da Cidadania, fundada há três décadas pelo sociólogo Herbert de Souza, conhecido como Betinho.
A agenda de quarta-feira também inclui uma reunião bilateral entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, às 15h. A dupla planeja discutir a economia global, a controversa taxação dos super-ricos e a urgência da crise climática. Um pronunciamento ao fim do encontro pode acontecer. Mais tarde, às 17h, Haddad participará de um evento organizado pelos Emirados Árabes Unidos para debater o financiamento do desenvolvimento sustentável.
Na quinta-feira (25), Haddad terá um encontro com a ministra das Finanças da Indonésia, Sri Mulyani, e, às 9h, comandará a primeira sessão de trabalho da reunião do G20, juntamente com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A pauta inclui a análise da situação econômica global e seus atuais desafios.
Haddad também se reunirá com Mathias Cormann, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), às 14h, para discutir a economia global e a proposta de taxação dos super-ricos, um tema de interesse mútuo. Depois, às 15h30, terá um encontro com Rachel Reeves, nova ministra das Finanças do Reino Unido, país que pode apoiar a taxação dos super-ricos após a recente mudança de governo.
Ainda na quinta-feira, Haddad coordenará uma sessão de trabalho do G20 sobre cooperação para a tributação internacional, enquanto Campos Neto presidirá outra reunião. O dia se encerrará com um jantar oficial de boas-vindas aos ministros, tendo como tema a preservação das florestas brasileiras.
Na sexta-feira (26), último dia do encontro, uma reunião das 9h às 13h discutirá o financiamento de mecanismos de desenvolvimento sustentável e ação contra as mudanças climáticas. Às 14h, haverá uma reunião sobre o Mecanismo de Financiamento das Florestas Tropicais, lançado na COP28 pelo Ministério do Meio Ambiente. Em seguida, às 15h, será debatida a reforma dos bancos multilaterais e da dívida global. A jornada se concluirá às 18h30 com uma entrevista coletiva de Haddad, Campos Neto e Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
O Ministério da Fazenda destaca que o encontro visa ouvir dos membros do G20 suas posições sobre a taxação dos super-ricos, com o intuito de construir uma proposta endossável por outros países até outubro. França, Espanha, Colômbia, União Africana e Bélgica já manifestaram apoio direto à proposta brasileira, enquanto os Estados Unidos se opuseram, alegando a existência de outros mecanismos para combater a desigualdade global.