ECONOMIA – Fraudes contábeis de R$ 25 bilhões chocam Grupo Americanas e levam ex-diretores à investigação pela Polícia Federal.

O Grupo Americanas, uma das maiores empresas varejistas do Brasil com quase 100 anos de história, chocou o país ao revelar uma série de “inconsistências contábeis” que ultrapassavam a marca de R$ 20 bilhões. Essas discrepâncias, até então desconhecidas pelo público e investidores, levaram a empresa a entrar com um pedido de recuperação judicial para proteger seus ativos e negócios.

Uma análise contábil realizada internamente identificou que as dívidas contraídas pela Americanas com instituições financeiras não estavam corretamente refletidas em suas demonstrações financeiras. A empresa tinha realizado operações de financiamentos de compras no valor de R$ 20 bilhões, mas esses débitos não estavam devidamente registrados em suas contas.

No entanto, a situação se tornou ainda mais grave quando a empresa admitiu que as inconsistências eram resultado de fraudes cometidas por sua antiga diretoria. Uma auditoria independente revelou que os ex-dirigentes da empresa haviam manipulado dados contábeis em uma quantia que ultrapassava os R$ 25 bilhões.

As fraudes envolviam a criação de contratos fictícios de verbas de propaganda cooperada (VPC) que não correspondiam a serviços reais prestados por fornecedores. Além disso, a Americanas utilizou operações de risco sacado para antecipação de pagamentos, escondendo bilhões em dívidas não contabilizadas.

A empresa informou que foram realizadas contratações de financiamentos sem as devidas aprovações societárias e que os ex-diretores agiram de forma intencional para melhorar os resultados operacionais da empresa com práticas contábeis fraudulentas.

A Polícia Federal está investigando os ex-diretores da empresa, e dois deles tiveram a prisão preventiva decretada, posteriormente convertida em retenção para evitar que deixem o país. A dívida total da empresa com credores, considerando as irregularidades contábeis, ultrapassava os R$ 42 bilhões, de acordo com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para apurar o caso.

Fundada em 1929 por quatro empresários americanos e uma parceria austríaco-brasileira, a Americanas passou por várias etapas de crescimento e expansão ao longo de suas nove décadas de história. Atualmente, o Grupo Americanas engloba diversas operações, desde lojas físicas e digitais até segmentos de fintech e varejo de hortifrúti.

Recentemente, a empresa anunciou o encerramento das operações dos sites Shoptime e Submarino, como parte de uma nova estratégia de negócios focada em tornar suas operações mais rentáveis e eficientes, proporcionando uma experiência de compra ainda mais completa para seus clientes.

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