O balanço deste ano foi analisado em um contexto onde o lucro do FGTS foi significativamente menor em comparação a 2023, que apresentou um resultado recorde de R$ 23,4 bilhões. Isso se deve, em parte, a um lucro extraordinário de R$ 6,6 bilhões gerado pela reestruturação do fundo destinado à reconstrução do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, além das consequências das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul e motivaram muitos trabalhadores a sacarem seus fundos.
A distribuição dos lucros permitirá que, em 2024, os cotistas do FGTS tenham uma rentabilidade de 6,05%, superando a inflação oficial de 4,83% registrada no ano passado. Nos últimos anos, o percentual de lucros distribuídos foi notavelmente alto, com 99% em 2023, em contraste aos 65% de 2022 e 96% em 2021.
A arrecadação do FGTS também alcançou cifras récorde, somando R$ 192 bilhões, um aumento de 9% em relação aos R$ 175,4 bilhões de 2023. Essa recuperação é atribuída ao aumento da formalização no mercado de trabalho e à redução do desemprego. Contudo, os saques também cresceram, atingindo R$ 163,3 bilhões, um aumento de 15%, em grande parte devido aos desastres naturais.
Vale destacar que o valor a ser distribuído, que totaliza R$ 12,969 bilhões, será repartido entre 235 milhões de contas, o que significa que a quantia é proporcional ao saldo de cada conta até 31 de dezembro do ano anterior. Os trabalhadores podem verificar seus saldos pelo aplicativo do FGTS ou nas agências da Caixa Econômica Federal.
Além disso, a Caixa tem o prazo até 31 de agosto para creditar os lucros nas contas dos cotistas. A legislação atual prevê uma rentabilidade básica de 3% ao ano mais a taxa referencial (TR), mas a distribuição dos lucros desde 2017 tem garantido um retorno maior aos investidores.
Em 2024, também é importante observar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que o FGTS deve assegurar, a partir deste ano, correção mínima pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Essa correção, no entanto, não será retroativa, criando um cenário de vigilância sobre o rendimento do fundo em relação à inflação.
Assim, o futuro do FGTS é um tema central que afeta milhões de brasileiros, refletindo não apenas nas finanças pessoais, mas também no panorama econômico do país.