Para o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, a importação de arroz pelo governo a preços subsidiados pode desestimular os produtores locais e aumentar a dependência externa do produto. Velho ressaltou em entrevista que persistir nesse erro representa uma ameaça não apenas ao setor produtivo, mas também às cooperativas e indústrias, podendo resultar em uma redução da área plantada de arroz no próximo ano.
O presidente da Federarroz argumentou que os produtores brasileiros não conseguem competir ao vender arroz a um preço tão baixo quanto o valor prometido pelo governo para o produto importado. Ele enfatizou que subsidiar a importação prejudica os produtores locais, que fornecem um produto de alta qualidade.
Embora tenha ocorrido uma quebra na safra gaúcha devido a enchentes, a Federarroz assegurou que não há risco de desabastecimento no país, uma vez que a área plantada aumentou e a produção deve crescer em relação ao ano anterior. Além disso, a redução das exportações contribui para a disponibilidade do produto no mercado interno.
A iniciativa do governo visava evitar especulações nos preços do arroz e retomar a política de estoques reguladores. Diante das críticas e questionamentos em torno do leilão anulado, a Conab determinou a abertura de processos de averiguação para garantir transparência e zelo pelo dinheiro público.
Neste contexto, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz realizará uma reunião extraordinária para definir uma posição unânime do setor produtivo, cooperativas e indústrias. A Federação e demais entidades do setor manifestaram-se contrárias à decisão precipitada do governo, ressaltando a falta de sensibilidade.
Em resumo, a discussão em torno do leilão de arroz importado reflete a preocupação do setor orizícola brasileiro em preservar a produção nacional e garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva do arroz no país. A transparência e a eficiência na gestão dos recursos públicos são fundamentais para assegurar a estabilidade e competitividade do mercado de arroz brasileiro.