De acordo com especialistas, a principal razão para que esses benefícios, muitas vezes considerados “ativos invisíveis”, não sejam reivindicados, é o desconhecimento das famílias acerca dos direitos financeiros e sociais pertencentes ao falecido. A diretora de uma plataforma digital especializada em planejamento sucessório revela que o processo de luto é, por si só, desgastante e, quando somado à burocracia, dificulta ainda mais a busca por esses recursos.
Existem vários tipos de benefícios que frequentemente passam despercebidos. Entre eles, destaca-se o seguro DPVAT, que, em casos de acidentes de trânsito, acaba sendo ignorado por até 40% das famílias. Também há auxílios trabalhistas, contas bancárias e seguros que podem ser esquecidos, representando parcelas significativas em potenciais ganhos. Muitas vezes, esses ativos não passam pelo processo formal de inventário, sendo acessíveis diretamente, mas a falta de orientação adequada impede que os herdeiros tomem as atitudes corretas e dentro dos prazos legais.
Os dados mostram que a ignorância sobre esses benefícios é mais prevalente entre homens, especialmente na faixa etária de 25 a 45 anos. Normalmente, esses indivíduos são parentes que, após a morte, ficam encarregados de resolver as questões imediatas, mas acabam negligenciando o resgate de valores mais tarde devido à falta de informação.
A dor da perda, combinada com a confusão em meio a uma burocracia muitas vezes complexa, gera um efeito paralisante. Especialistas ressaltam que é crucial entender que, mesmo em momentos difíceis, os herdeiros têm direito a buscar esses recursos. Para garantir que ninguém perca benefícios valiosos, é fundamental buscar informações e estar atento aos prazos e procedimentos necessários.
Além dos benefícios habituais, existem outros assistenciais, como auxílios-funeral e milhas aéreas, que também podem ser perdidos se não forem tratados a tempo. O acesso a esses valores, mesmo os de menor magnitude, pode representar um alívio financeiro crucial para famílias em apuros.
Em suma, a conscientização sobre os direitos financeiros após a perda de um ente querido é essencial. Tanto as instituições quanto os próprios cidadãos precisam atuar para garantir que esses “ativos invisíveis” sejam resgatados, transformando momentos de luto em oportunidades de estabilidade financeira.