ECONOMIA – Exportadores brasileiros reagem a tarifas de 50% dos EUA com férias coletivas e esperanças de acordo comercial para mitigar impactos econômicos.

A recente decisão do governo dos Estados Unidos de impôr uma taxa de 50% sobre os produtos brasileiros teve um impacto imediato no setor exportador brasileiro, especialmente em áreas que dependem fortemente do mercado americano. Com isso, as empresas nacionais estão se mobilizando para mitigar as consequências dessa nova política comercial.

Em Ipumirim, Santa Catarina, uma importante empresa do setor madeireiro, responsável pela fabricação de molduras de madeira, não hesitou em agir. Na última terça-feira, a companhia anunciou a implementação de férias coletivas para quase 500 funcionários, reflexo da crise gerada pela nova tarifa. O detalhe mais alarmante é que 95% da produção da empresa é direcionada ao mercado dos EUA, o que torna a situação ainda mais crítica.

A decisão de reduzir operações surgiu da abrupta suspensão de contratos de exportação que ainda não haviam sido despachados. A empresa, em um comunicado oficial, ressaltou a esperança de que um acordo entre os dois países possa ser alcançado, permitindo a normalização das atividades comerciais. Neste momento, apenas um pequeno setor, formado por 15 colaboradores, permanecerá em operação, uma medida que evidencia a gravidade da situação.

Adicionalmente, a empresa em questão não se limita à fabricação de molduras; ela também está envolvida na produção de paletes, portas de madeira e kits de portas, atendendo tanto o mercado interno quanto as exportações para países da América do Sul, como Uruguai e Paraguai. Mesmo assim, o impacto do mercado norte-americano é significativo, representando cerca de 50% da sua produção total.

O governo dos EUA, ao anunciar essa ampla gama de tarifas, destacou que o Brasil é o país mais afetado, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade de muitas indústrias brasileiras que dependem das exportações. Entretanto, o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, mencionou que alguns produtos que não são cultivados nos EUA, como café, manga e abacaxi, poderão entrar no mercado americano isentos de tarifas. Contudo, essa isenção está condicionada a futuros acordos entre as duas nações.

A expectativa agora recai sobre as autoridades brasileiras e americanas, que precisam encontrar alternativas e soluções que possam beneficiar ambas as partes e minimizar os danos causados a economias dependentes do comércio exterior.

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