Em Ipumirim, Santa Catarina, uma importante empresa do setor madeireiro, responsável pela fabricação de molduras de madeira, não hesitou em agir. Na última terça-feira, a companhia anunciou a implementação de férias coletivas para quase 500 funcionários, reflexo da crise gerada pela nova tarifa. O detalhe mais alarmante é que 95% da produção da empresa é direcionada ao mercado dos EUA, o que torna a situação ainda mais crítica.
A decisão de reduzir operações surgiu da abrupta suspensão de contratos de exportação que ainda não haviam sido despachados. A empresa, em um comunicado oficial, ressaltou a esperança de que um acordo entre os dois países possa ser alcançado, permitindo a normalização das atividades comerciais. Neste momento, apenas um pequeno setor, formado por 15 colaboradores, permanecerá em operação, uma medida que evidencia a gravidade da situação.
Adicionalmente, a empresa em questão não se limita à fabricação de molduras; ela também está envolvida na produção de paletes, portas de madeira e kits de portas, atendendo tanto o mercado interno quanto as exportações para países da América do Sul, como Uruguai e Paraguai. Mesmo assim, o impacto do mercado norte-americano é significativo, representando cerca de 50% da sua produção total.
O governo dos EUA, ao anunciar essa ampla gama de tarifas, destacou que o Brasil é o país mais afetado, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade de muitas indústrias brasileiras que dependem das exportações. Entretanto, o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, mencionou que alguns produtos que não são cultivados nos EUA, como café, manga e abacaxi, poderão entrar no mercado americano isentos de tarifas. Contudo, essa isenção está condicionada a futuros acordos entre as duas nações.
A expectativa agora recai sobre as autoridades brasileiras e americanas, que precisam encontrar alternativas e soluções que possam beneficiar ambas as partes e minimizar os danos causados a economias dependentes do comércio exterior.