Estatísticas obtidas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços revelaram que, em termos gerais, as exportações para os Estados Unidos caíram 18,5% em agosto em relação ao mesmo período de 2024. A análise sugere que as sobretaxas impostas pelos Estados Unidos estão afetando não apenas as exportações, mas também contribuindo para uma desaceleração nas importações brasileiras.
A queda de 7,1% nas exportações de produtos não taxados é atribuída, em grande parte, à diminuição da demanda americana por petróleo e derivados, um fator de mercado que tem impactado as transações comerciais. Os Estados Unidos se mantêm como o segundo parceiro comercial do Brasil, apenas atrás da China, e no acumulado dos primeiros oito meses do ano, o comércio bilateral atingiu US$ 56,6 bilhões, com as exportações brasileiras somando US$ 26,6 bilhões — uma alta de 1,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Em agosto, a situação não foi favorável, pois a queda nas exportações representou a maior retração mensal em 2025, o que implica que as decisões empresariais estão sendo fortemente influenciadas pelo contexto tarifário. A “tarifaço” se refere à aplicação de taxas de até 50% sobre uma ampla gama de produtos brasileiros, medida que o governo anterior dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, implementou por meio de uma ordem executiva.
Contrariando os argumentos de Trump sobre o déficit comercial em relação ao Brasil, os dados disponíveis indicam que os Estados Unidos, na verdade, vendem mais do que compram do Brasil, com um déficit comercial brasileiro de US$ 1,2 bilhões em agosto, o que representa um aumento significativo em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Ademais, o impacto do tarifaço pode ser visto nas importações brasileiras dos EUA, particularmente em setores que têm uma integração significativa com a economia americana. Embora as importações tenham crescido 4,6% em agosto, esse crescimento foi mais modesto do que em meses anteriores, indicando uma perda de dinamismo nas transações comerciais entre os dois países. As recentes análises sugerem que a desaceleração nas importações é um reflexo direto das novas tarifas, sublinhando o alto nível de interdependência econômica entre as duas nações.