ECONOMIA –

Estudo Revela que 60% dos Beneficiários do Bolsa Família em 2014 Deixaram o Programa em uma Década

Em um estudo recente, constatou-se que de cada dez pessoas beneficiárias do Bolsa Família em 2014, seis conseguiram deixar o programa assistencial ao longo de uma década. Essa pesquisa, intitulada “Filhos do Bolsa Família”, foi realizada em colaboração com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e apresentou resultados surpreendentes sobre a eficácia do programa, que visa não apenas amparar a população em situação de vulnerabilidade, mas também promover a mobilidade social.

Entre as descobertas mais impressionantes, percebe-se que a taxa de saída é especialmente alta entre os jovens que eram adolescentes em 2014. Enquanto a média geral de desinscrição do programa foi de 60,68%, essa taxa sobe para 71,25% entre os jovens de 15 a 17 anos, demonstrando que a aplicação do programa está impactando positivamente as gerações mais novas. Outros grupos etários também mostraram avanços significativos: jovens de 11 a 14 anos apresentaram uma taxa de saída de 68,80%, enquanto crianças de até 4 anos tiveram uma proporção de 41,26%.

O professor de economia Valdemar Rodrigues de Pinho Neto, autor do estudo, enfatiza a importância das condicionalidades do programa, que incluem exigências relacionadas à educação e saúde, como a frequência escolar e a atualização vacinal. Segundo ele, essas medidas não só ajudam a mitigar a pobreza imediata, mas também fomentam o desenvolvimento do capital humano, preparando os jovens para melhores oportunidades econômicas no futuro.

O levantamento também revela que o ambiente socioeconômico dos beneficiários desempenha um papel crucial nas taxas de saída do programa. Os dados indicam que, em áreas urbanas, a taxa de saída de jovens de 6 a 17 anos é significativamente maior do que nas zonas rurais. Além disso, a escolaridade e a formalização do emprego do responsável familiar impactam diretamente essas taxas, evidenciando que a educação é um fator determinante na superação da pobreza intergeracional.

O ministro Wellington Dias expressou otimismo em relação aos resultados, ressaltando que o Bolsa Família deve ser visto como uma porta de entrada para melhorias na vida dos beneficiários, e não um fim em si mesmo. Com a introdução do Novo Bolsa Família em 2023, perspectivas ainda mais promissoras surgem. O programa já mostra resultados encorajadores, com números indicando que 31,25% dos beneficiários haviam saído do programa em outubro de 2025, especialmente entre os jovens.

Esses dados refletem um contexto mais amplo, onde mais de 8,6 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza em 2024, evidenciando que a combinação de políticas sociais eficazes e um mercado de trabalho aquecido podem gerar transformações significativas na qualidade de vida da população. A continuidade dessas iniciativas, como a aplicação de microcréditos para empreendedores de baixa renda, promete ainda mais avanços em termos de autonomia e inclusão social nos próximos anos.

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