Dados do Sistema de Contas Regionais, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que os principais destaques entre os estados foram o Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Paraná, Roraima e Minas Gerais. Esses estados, fortemente ligados ao agronegócio, apresentaram particular crescimento nas atividades relacionadas ao cultivo da soja, refletindo uma tendência crescente na produtividade agrícola.
O Acre liderou o ranking com um crescimento notável de 14,7%, seguido por Mato Grosso do Sul com 13,4% e Mato Grosso com 12,9%. O Rio de Janeiro, embora dentro do grupo de expansão, deveu seu desempenho principalmente ao setor de óleo e gás, enquanto o Distrito Federal mostrou avanços significativos nas áreas financeira e de administração pública.
Apesar dos números expressivos, é importante ressaltar que um crescimento contundente em um estado não necessariamente se traduz em uma influência significativa na média nacional, já que a contribuição de cada unidade da federação para o PIB total do país varia. Por exemplo, o Acre corresponde a apenas 0,2% do PIB nacional, enquanto o Rio de Janeiro representa 10,7%. Esse contraste é evidente também no caso de São Paulo, que, apesar de ter registrado um crescimento de 1,4% — o que representa a terceira menor expansão entre os estados —, continua a ser o coração econômico do Brasil, concentrando 31,5% do PIB.
Em termos regionais, o Centro-Oeste destacou-se com um crescimento de 7,6%, um desempenho bem acima da média nacional. Em comparação, tanto as regiões Norte quanto Nordeste cresceram 2,9%, enquanto o Sudeste e Sul avançaram 2,7% e 2,6%, respectivamente.
Além dos dados de 2023, o IBGE também apresentou uma análise de crescimento econômico de 2002 a 2023. Durante esse período, dezessete estados mostraram um crescimento médio anual superior ao nacional, com Mato Grosso, Tocantins e Roraima tendo desempenhos notáveis, todos sustentados em gran parte pela agropecuária.
A análise histórica também mostra uma desconcentração da economia brasileira. Em 2002, São Paulo detinha 34,9% do PIB brasileiro, enquanto essa participação caiu para 31,5% em 2023. O Rio de Janeiro segue a mesma tendência, perdendo participação, enquanto estados como Mato Grosso quase duplicaram sua representação no PIB nacional durante esse intervalo. Este panorama sugere uma reconfiguração nas dinâmicas econômicas do Brasil, evidenciando o crescente papel do agronegócio e a diversificação das economias estaduais ao longo das últimas duas décadas.









