O estudo também apontou que 20,8% dos brasileiros destinaram mais da metade dos rendimentos para o pagamento de dívidas no primeiro mês do ano, o maior percentual desde maio de 2024. Em média, as famílias utilizaram 30% dos ganhos para quitar suas obrigações financeiras, um aumento de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior. Além disso, houve um crescimento na percepção de endividamento entre os entrevistados, com 15,9% considerando estar “muito endividado”, contra 15,4% no final de 2024.
De acordo com o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, os juros altos e a seletividade do crédito tem levado os consumidores a buscar fazer menos dívidas, resultando em uma percepção maior de endividamento por parte da população. A leve melhora na inadimplência indica um esforço por parte das famílias para equilibrar suas finanças, mas o comprometimento crescente da renda acende um alerta para a economia em 2025.
A pesquisa da CNC revelou que menos famílias estão com dívidas em atraso, representando agora 29,1% do total, frente aos 29,3% registrados em dezembro. O percentual daqueles que não têm condições de pagar o que devem também teve uma leve queda, passando de 13% para 12,7%. A expectativa é de que o endividamento das famílias volte a crescer ao longo do ano, fechando 2025 com 77,5% das famílias brasileiras endividadas e 29,8% inadimplentes.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, alerta que o desafio da gestão financeira se tornará ainda maior para os consumidores brasileiros, devido à necessidade de recorrer ao crédito para o consumo e à manutenção dos juros elevados. A CNC ainda ressalta que, apesar da recente melhora nos índices de endividamento e inadimplência, é importante que as famílias estejam atentas e busquem alternativas para equilibrar suas finanças e evitar novas dívidas.