A decisão é considerada vital para a continuidade das operações comerciais da empresa, que havia alertado que a tarifa poderia elevar o preço de cada aeronave vendida aos EUA em até R$ 50 milhões. Segundo a Embraer, isso tornaria a venda inviável e, se mantida até 2030, as tarifas poderiam causar um impacto econômico de até R$ 20 bilhões. A empresa manifestou seu apoio a um diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano, esperando um desfecho favorável para ambas as nações.
Recentemente, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil estimou que os 694 produtos isentos da ordem executiva representaram cerca de US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras no último ano, uma parcela significativa dos US$ 42,3 bilhões exportados para os Estados Unidos. O setor aeronáutico, por sua vez, destacou-se com vendas que alcançaram US$ 2 bilhões em 2024, sendo a maioria em aeronaves leves, cujo predominante fabricante é a Embraer.
Após a inclusão das aeronaves na lista de exceções, as ações da empresa tiveram uma valorização de quase 11%. Essa oscilação no mercado reflete a expectativa positiva em relação ao futuro da Embraer, que havia experimentado um aumento de 10% na tarifa aplicada a seus produtos desde abril.
É importante mencionar que a tarifa de 50% foi uma medida controversa, introduzida sob a justificativa de que o Brasil apresentava uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional dos EUA. O governo norte-americano argumentou que ações políticas no Brasil, especialmente em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e ações do judiciário, como as do ministro Alexandre de Moraes, justificavam tais imposições tarifárias. Esta situação abre um espaço para a análise de como as questões políticas podem impactar as relações comerciais e econômicas entre nações.