ECONOMIA – Embraer descarta demissões e mira eliminação da tarifa de 10% sobre exportações para os EUA, reafirmando otimismo com o futuro da empresa.

Embraer prevê estabilidade no Brasil e busca restaurar tarifa zero nos EUA

A Embraer, renomada fabricante brasileira de aeronaves, reafirmou sua posição otimista em meio a desafios comerciais recentes. O diretor-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto, anunciou que a companhia não planeja demissões no Brasil para este ano, mesmo após enfrentar uma taxação de 10% sobre aviões e peças destinados ao mercado americano. A empresa, que exporta aproximadamente 50% de sua produção para os Estados Unidos, também expressou sua confiança em reverter essa taxa por completo, revertendo para a antiga tarifa zero que vigorou por décadas.

Durante uma apresentação sobre os resultados do segundo trimestre, realizada na última terça-feira, Gomes Neto destacou a importância de manter a competitividade da Embraer no mercado internacional. O executivo comentou sobre o impacto positivo da redução da taxação de 50% para 10%, ressaltando que essa mudança já apresentou um alívio significativo para os clientes da empresa.

A Embraer, que emprega cerca de 18 mil pessoas no Brasil, está atenta às implicações financeiras da tarifa atual, que representa um custo estimado em US$ 65 milhões — cerca de R$ 350 milhões — neste ano. A companhia prevê que 20% deste montante já foi sentido no primeiro semestre, com o restante sendo absorvido até o final do ano. No entanto, o impacto se tornou menos severo em comparação à tarifa mais alta, permitindo uma gestão mais eficaz.

O executivo também reiterou que a manutenção do quadro de funcionários está garantida, com foco nas entregas programadas de aeronaves. Ele se mostrou esperançoso sobre a possibilidade de renegociações para a volta da tarifa zero, especialmente diante de arranjos comerciais recentes estabelecidos entre outros países e os Estados Unidos.

Os Estados Unidos representam o principal mercado para a Embraer, consumindo 70% de sua produção de jatos executivos e 45% das aeronaves comerciais. Gomes Neto indicou que a geração de empregos e investimentos na América do Norte pode servir como um argumento forte em favor da restauração da tarifa zero, considerando que a Embraer já possui operações substanciais no território americano, incluindo negócios que envolvem 13 mil funcionários na cadeia de fornecedores.

Recentemente, a empresa anunciou planos de investir US$ 500 milhões em novas instalações na América, com a adição de 5,5 mil empregos até 2030. Além disso, a possibilidade de integrar aviões militares à frota dos EUA poderia gerar ainda mais investimentos e empregos no futuro.

Com uma entrega de 61 aeronaves no último trimestre — uma melhoria em relação ao ano anterior — a Embraer segue com uma carteira robusta de pedidos, somando US$ 29,7 bilhões. Desde sua fundação em 1969, a empresa já produziu mais de 9 mil aeronaves, posicionando-se como uma destaque no mercado global de aviação.

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