Além do montante, a Âmbar assumirá as garantias que a Eletrobras havia prestado em favor da Eletronuclear, além da integralização de debêntures no valor de R$ 2,4 bilhões, acordadas com o governo federal. Com esta aquisição, a Âmbar Energia passará a controlar 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear, uma movimentação que agora depende da aprovação dos órgãos reguladores competentes.
A Eletronuclear, por sua vez, é responsável pela operação do Complexo Nuclear de Angra dos Reis, que inclui as usinas Angra 1 e Angra 2, somando uma capacidade instalada de 1.990 megawatts (MW). Uma terceira unidade, Angra 3, cuja construção está parada há quatro décadas, é tema de debate no governo sobre se será finalizada ou não. As três usinas têm potencial para abastecer mais de 10 milhões de pessoas.
A Âmbar Energia destaca-se no mercado de geração, distribuição e comercialização de energia, operando um portfólio diversificado que inclui usinas solares, hidrelétricas, plantas de biodiesel, biomassa e gás natural. O presidente da empresa, Marcelo Zanatta, justificou a aquisição afirmando que a energia nuclear oferece estabilidade e baixa emissão de gases do efeito estufa, aspectos cada vez mais relevantes em um cenário de crescente demanda por eletricidade, especialmente impulsionada pela digitalização e inteligência artificial.
Zanatta enfatizou que a transação fortalece a diversidade do portfólio da Âmbar, agregando a energia nuclear às suas operações. Em termos financeiros, a Eletronuclear apresentou um desempenho positivo, com receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro de R$ 545 milhões no último ano.
Vale lembrar que a Eletrobras, privatizada em 2022, detinha um investimento de R$ 7,8 bilhões na Eletronuclear, segundo seu balanço do segundo trimestre de 2025. O movimento de venda evidencia a estratégia da empresa em otimizar seu portfólio e alocar capital de maneira mais eficiente, alinhado ao seu Plano Estratégico.









