O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, comentou que o resultado é bastante positivo e demonstra a recuperação do setor de serviços, que contribuiu significativamente para o índice. Ele ressaltou que o crescimento da economia do Rio está centrado na indústria extrativa e na construção, que se destacaram como diferenciais para o estado. Apesar dos desafios que se apresentam para o próximo ano, a Firjan estima um crescimento para a economia fluminense de 2,6%, acima da estimativa para a economia nacional, que é de 1,5%.
O segmento da indústria cresceu 5,9% em comparação ao terceiro trimestre de 2022, impulsionado pela indústria extrativa (com alta de 10%) e pela construção civil, que apresentou expansão de 6,8% devido às obras de infraestrutura realizadas no estado. Além disso, a construção civil foi o maior empregador da economia fluminense no terceiro trimestre, gerando 9.356 postos de trabalho.
O setor de serviços, que representa mais de 60% do PIB do estado, cresceu 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso se deve à recuperação da atividade ligada ao turismo e entretenimento, que é forte no estado. O estudo também indica que a expansão do setor de serviços reflete a melhora do mercado de trabalho e da renda, juntamente com a valorização do salário mínimo, a desaceleração da inflação e os benefícios sociais.
Em contrapartida, a indústria de transformação apresentou um resultado negativo de -1,9% em comparação ao mesmo período de 2022. A Firjan aponta que o aumento na produção de derivados de petróleo e biocombustível impediu uma retração maior. Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan, observou que a alta taxa básica de juros tem impacto direto sobre a indústria de transformação, e apesar da queda recente, os efeitos sobre o investimento e a produção industrial ainda não são evidentes.
Apesar do baixo dinamismo da indústria de transformação, a expectativa é que a economia fluminense encerre o ano com uma taxa positiva de 3,4%, superior à média nacional de 3%. Para 2024, a perspectiva é que a atividade industrial continue aquecida e a construção civil mantenha um bom desempenho. A expectativa é de uma melhora na atividade da indústria de transformação a partir do segundo semestre de 2024, devido à redução da taxa de juros.
Entretanto, o boletim ressalta que o cenário internacional ainda é incerto, influenciado por fatores como a fragmentação da economia global, a imprevisibilidade sobre uma política monetária mais flexível dos grandes bancos centrais e o ritmo de crescimento da economia chinesa, que impactam as economias brasileira e fluminense e devem ser acompanhados de perto em 2024.