ECONOMIA – Dólar ultrapassa R$ 6 pela primeira vez, fechando pouco abaixo desse patamar, refletindo desconfiança do mercado em pacote fiscal.

O dólar à vista fechou nesta quinta-feira (28) pouco abaixo dos R$ 6, após ultrapassar esse patamar pela primeira vez na história, encerrando o dia a R$ 5,98. Essa valorização da moeda norte-americana reflete a desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo federal, que busca conter os gastos públicos e reajustar o arcabouço fiscal.

Mesmo com a pressão no mercado de câmbio pelo segundo dia consecutivo, o Banco Central optou por não realizar leilões extras de moeda para controlar as cotações. A expectativa do mercado financeiro em relação às medidas econômicas levou o dólar a superar a barreira de R$ 5,90 antes do anúncio oficial do pacote fiscal.

O dólar à vista fechou o dia com uma alta de 1,30%, chegando a R$ 5,9910, o que representa a maior cotação nominal da história, com um acumulado de 23,49% de elevação em 2024. O dólar para dezembro, considerado o mais líquido no Brasil, também apresentou alta, subindo 0,64%, chegando a R$ 5,9975.

O pacote fiscal apresentado pelo governo inclui cortes de gastos obrigatórios estimados em R$ 70 bilhões ao longo de dois anos. Entre as medidas estão a redução do abono salarial, teto no reajuste do salário mínimo, fim das brechas nos supersalários no serviço público, reforma na previdência dos militares, limitação na concessão de benefícios fiscais, teto no crescimento das emendas parlamentares e isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Durante a divulgação do pacote, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a necessidade de uma “releitura” por parte do mercado financeiro em relação às projeções, apontando erros nas estimativas de crescimento do PIB e do déficit das contas públicas. Haddad ressaltou que as medidas adotadas pelo governo têm impacto positivo na economia, contrariando as expectativas do mercado.

Esses desdobramentos mostram a complexidade do cenário econômico atual e a incerteza em relação aos próximos passos do mercado financeiro diante das medidas anunciadas pelo governo.

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