ECONOMIA – Dólar supera R$ 5,50 e bolsa enfrenta queda, refletindo instabilidades políticas e econômicas no Brasil e incertezas externas sobre juros nos EUA.

Em uma quarta-feira marcada por turbulências financeiras, o dólar comercial quebrou a barreira de R$ 5,50, alcançando seu maior valor desde o início de agosto. O fechamento da moeda americana foi estabelecido em R$ 5,522, representando um aumento de R$ 0,06, ou 1,09%, em relação ao dia anterior. Durante a jornada, a cotação chegou a atingir o pico de R$ 5,53 por volta das 14h, evidenciando uma continuidade na tendência de alta que persiste por quatro dias consecutivos.

Este recente crescimento da moeda dos Estados Unidos em dezembro é de 3,5%, mesmo com uma queda acumulada de 10,63% ao longo de 2025. Ao mesmo tempo, o índice Ibovespa, principal indicador da B3, experimentou um recuo de 0,79%, fechando aos 157.327 pontos e registrando assim sua segunda queda consecutiva.

O cenário financeiro brasileiro foi amplamente impactado por uma combinação de fatores internos e externos. No plano internacional, a moeda americana viu uma leve valorização em relação a outras divisas devido a incertezas em relação a uma possível elevação das taxas de juros nos Estados Unidos, após a divulgação de dados indicando a criação de empregos acima das expectativas em novembro.

Entretanto, as incertezas políticas e econômicas nacionais tiveram um peso ainda mais significativo nas oscilações do mercado. A discussão acirrada em torno das pré-candidaturas para as eleições presidenciais do próximo ano gerou uma pressão adicional. Além disso, a expectativa sobre o início da redução da Taxa Selic pelo Banco Central também inquietou investidores. A ata mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira, não esclareceu quando a redução da taxa seria iniciada, gerando ainda mais incertezas.

Outro aspecto a ser considerado é a pressão sobre o câmbio provocada pelas remessas de lucros de filiais de empresas estrangeiras, características do final do ano, que aumentam a demanda por dólares e, consequentemente, influenciam a cotação da moeda. A situação atual reflete um ambiente de cautela e instabilidade, deixando os investidores em busca de sinais mais claros sobre o futuro econômico do país.

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