ECONOMIA – Dólar recua e fica abaixo de R$ 5,50; Ibovespa se recupera levemente após instabilidade causada por decisões no Supremo e sanções dos EUA.

Em um cenário marcado por correções nos mercados brasileiros e internacionais, o dólar apresentou uma queda significativa, afastando-se da barreira de R$ 5,50, enquanto a bolsa de valores, embora tenha registrado uma leve recuperação, continuava aquém da marca de 135 mil pontos. Na quarta-feira, 20 de agosto, o dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,473, uma queda de R$ 0,026, ou 0,48%. Ao longo da sessão, a moeda americana operou em baixa e atingiu o seu menor valor do dia, R$ 5,46, por volta das 14h. Em agosto, a desvalorização do dólar é de 2,28%, e desde o início de 2025, o recuo acumulado é de 11,44%.

No mercado de ações, o índice Ibovespa da B3 registrou uma leve alta de 0,17%, fechando aos 134.666 pontos. O destaque foi a recuperação das ações dos bancos, que haviam sofrido uma queda substancial na terça-feira, mas ainda não conseguiram compensar as perdas acumuladas.

Fatores no cenário internacional contribuíram para essa dinâmica. Com o aumento do preço do petróleo, as moedas de países emergentes, incluindo o Brasil, foram beneficiadas. Além disso, novas ações do governo americano sob a liderança de Donald Trump contra membros do Federal Reserve influenciaram as expectativas sobre possíveis cortes na taxa de juros nos Estados Unidos, o que ajudou a limitar a alta do dólar.

No Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, trouxe uma nova perspectiva ao afirmar que os bancos brasileiros poderiam enfrentar sanções se acatassem ordens do governo norte-americano. Essa declaração provocou uma leve oscilação na cotação do dólar, que perdeu força no final da sessão.

Nos dias anteriores, o mercado financeiro havia enfrentado tensões após a decisão do ministro Flávio Dino, a qual condicionou a aplicação de leis estrangeiras à aprovação da justiça brasileira. Embora focada nas mineradoras, essa determinação poderia impactar diretamente os bancos que operam nos EUA, limitando sua capacidade de cumprir sanções norte-americanas.

Essas sanções fazem parte das ações adotadas pelos Estados Unidos visando interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em fase final. Entre as medidas previstas, estão o congelamento de ativos financeiros e a proibição de entrada no país, que já se aplicaram a Moraes e outros ministros do STF.

Após a decisão de Dino, que potencialmente restringe as sanções no Brasil, o mercado reagiu com forte queda na terça-feira. Entretanto, Dino se manifestou, desassociando sua decisão das flutuações nas bolsas e enfatizando que sua atuação não teria o poder de influenciar o mercado a tal ponto.

Com essa intrincada teia de relações e eventos, a movimentação do dólar e das ações brasileiras continua a ser um termômetro da confiança e das expectativas em um ambiente financeiro carregado de incertezas.

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