ECONOMIA – Dólar em alta e bolsa despencam: atrito entre governo e Congresso gera instabilidade no mercado financeiro e preocupa investidores.

Em um dia marcado por tensões entre o governo e o Congresso, o mercado financeiro brasileiro demonstrou reações negativas. O dólar comercial encerrou sua cotação na quarta-feira (25) em R$ 5,554, apresentando um aumento de R$ 0,035, o que representa uma alta de 0,63%. Isso marca o maior patamar da moeda norte-americana em 15 dias, refletindo a instabilidade política e econômica do Brasil. Durante o dia, a cotação da moeda subiu, atingindo o valor máximo de R$ 5,57 por volta das 12h30, para então desacelerar nas horas seguintes.

A alta do dólar é significativa, especialmente considerando que, apesar do aumento registrado, a divisa apresenta uma queda acumulada de 2,87% em junho e 10,11% no total de 2025. Essa oscilação revela a complexidade do cenário econômico atual e a vulnerabilidade do real em face das incertezas políticas.

Do outro lado, o mercado de ações também enfrentou uma pressão negativa. O índice Ibovespa, que é referência da B3, fechou em 135.768 pontos, com uma redução de 1,02%. Este é o menor nível registrado desde o início de junho, refletindo as apreensões dos investidores em relação à governabilidade e ao impacto de possíveis decisões fiscais.

O cerne do descontentamento no mercado se relaciona à decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, de deliberar sobre um projeto que pode anular o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Caso esta proposta seja aprovada, estima-se que a arrecadação do governo possa ser reduzida em R$ 7 bilhões a R$ 10 bilhões para o exercício de 2025. A votação do projeto aconteceu na mesma noite e há a possibilidade de aprovação no Senado ainda naquela quarta-feira.

Essa situação pressiona o governo a encontrar soluções para atender às suas metas fiscais. Entre as alternativas estão a possibilidade de contingenciar mais recursos do Orçamento, aprovar uma medida provisória que permita a venda de petróleo em áreas adjacentes ao pré-sal, o que poderia gerar R$ 20 bilhões, ou obter dividendos extraordinários de empresas estatais. O cenário traz à tona dilemas que o governo precisará abordar com urgência para manter a estabilidade fiscal e econômica do país.

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