ECONOMIA – Dívida Pública Federal apresenta queda em setembro, atingindo R$ 8,122 trilhões; governo destaca impacto de juros e resgates em títulos.

Em setembro, a Dívida Pública Federal (DPF) registrou uma queda de 0,28%, passando de R$ 8,145 trilhões em agosto para R$ 8,122 trilhões. Essa redução é atribuída principalmente ao vencimento de títulos atrelados aos juros, um fator que promoveu um resgate líquido considerável no período. O Tesouro Nacional, em suas divulgações, destacou que esta é a primeira vez que a DPF ultrapassa a marca de R$ 8 trilhões.

O Plano Anual de Financiamento (PAF), atualizado no mesmo mês, prevê que o estoque da DPF deve se situar entre R$ 8,5 trilhões e R$ 8,8 trilhões até o final de 2025. No que diz respeito à Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi), houve uma queda de 0,31%, reduzindo seu montante de R$ 7,845 trilhões para R$ 7,82 trilhões. O Tesouro resgatou R$ 100,06 bilhões a mais do que emitiu, com os resgates totalizando R$ 257,354 bilhões, em resposta a um significativo volume de vencimentos.

Além disso, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) também apresentou aumento de 0,43%, subindo de R$ 300,23 bilhões para R$ 301,53 bilhões. Essa elevação foi impulsionada pela desvalorização de 1,99% do dólar no mesmo período, resultado da diminuição das tensões econômicas internacionais.

Outro ponto digno de nota é a diminuição do “colchão” da dívida pública, que passou de R$ 1,13 trilhão em agosto para R$ 1,03 trilhão em setembro, sendo impactado pelo resgate líquido dos títulos. Essa reserva, crucial em contextos de incerteza, agora cobre 9,33 meses de vencimentos da dívida pública.

A composição da DPF foi afetada no mês, com títulos vinculados à Selic reduzindo sua participação de 49,29% para 47,47%, enquanto os títulos prefixados aumentaram de 20,95% para 22,02%. O prazo médio da DPF também foi ampliado, indo de 4,09 para 4,16 anos. Essa mudança sugere uma maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar suas obrigações financeiras.

Em termos de quem detém essa dívida, as instituições financeiras continuam liderando, com 32,53% do estoque, seguidas por fundos de pensão e de investimento. A participação de investidores não residentes teve um leve incremento em relação a agosto, refletindo uma maior confiança externa no mercado brasileiro. Essas dinâmicas na composição e nos volumes da dívida pública são fundamentais para entender o cenário econômico do país e suas implicações para o financiamento público.

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