Além dos indígenas, o levantamento evidenciou diferenças significativas nas condições de vida entre os grupos étnicos. A percentagem de indivíduos negros e pardos que vivem com menos de um quarto do salário mínimo é elevada, mas inferior à observada entre os indígenas. Em contrapartida, as comunidades brancas e amarelas apresentam índices de vulnerabilidade financeira mais baixos.
Analisando a renda domiciliar per capita média no Brasil, o Censo apontou que em 2022 este valor chegou a R$ 1.638, embora haja uma variação notável entre as regiões. Nas regiões Norte e Nordeste, a média é de aproximadamente R$ 1.070, enquanto no Sudeste e Centro-Oeste ela se eleva para cerca de R$ 1.900. A região Sul do país destaca-se por ter a maior média de rendimentos, alcançando R$ 2.058.
De acordo com os dados, 61% da população brasileira possui uma renda domiciliar de até um salário mínimo, com a região Sul apresentando a maior proporção de indivíduos com rendimentos superiores a essa quantia. No Sudeste e Centro-Oeste, a proporção é de cerca de 46%, enquanto no Norte e Nordeste mais de 76% e 79% das famílias, respectivamente, vivem com menos que um salário mínimo.
As disparidades são ainda mais evidentes nas unidades federativas. O Distrito Federal se destaca com a maior renda média, que chega a R$ 2.999, contrastando com o Maranhão, que apresenta a menor, de apenas R$ 900. Os dez municípios com as menores rendas per capita estão em sua maioria localizados no Maranhão e em Roraima, Pará, Pernambuco e Amazonas.
Por outro lado, as cidades com as maiores rendas domiciliares estão concentradas em estados do Sudeste e Sul, como Nova Lima em Minas Gerais, que registra a renda média mais alta, de R$ 4.300.
Um dos principais indicadores da desigualdade de renda, o coeficiente de Gini, apresentou um valor de 0,542 em 2022, evidenciando a gravidade da desigualdade no Brasil. Quanto mais próximo do valor 0, mais igualitária é a distribuição de renda, o que torna a situação atual preocupante, especialmente para as regiões que sofrem com a exclusão econômica e social. A região Sul, com um coeficiente abaixo de 0,5, é a única que se aproxima de uma distribuição mais equitativa, mas ainda há muito a ser feito para enfrentar as desigualdades que persistem no país.