ECONOMIA – Desigualdade Social: 41% da População Indígena no Brasil Vive com Menos de Um Quarto do Salário Mínimo, Revela Censo 2022 do IBGE.

Cerca de 41% da população indígena do Brasil enfrenta dificuldades financeiras alarmantes, vivendo com menos de um quarto do salário mínimo per capita por mês. Esses dados, obtidos do Censo 2022, revelam uma realidade contrastante com a média nacional, na qual apenas 13,3% da população geral se encontra nessa condição crítica. A situação dos povos indígenas é, portanto, acentuadamente mais grave do que a de outros grupos, refletindo disparidades históricas e sociais que permeiam o país.

Além dos indígenas, o levantamento evidenciou diferenças significativas nas condições de vida entre os grupos étnicos. A percentagem de indivíduos negros e pardos que vivem com menos de um quarto do salário mínimo é elevada, mas inferior à observada entre os indígenas. Em contrapartida, as comunidades brancas e amarelas apresentam índices de vulnerabilidade financeira mais baixos.

Analisando a renda domiciliar per capita média no Brasil, o Censo apontou que em 2022 este valor chegou a R$ 1.638, embora haja uma variação notável entre as regiões. Nas regiões Norte e Nordeste, a média é de aproximadamente R$ 1.070, enquanto no Sudeste e Centro-Oeste ela se eleva para cerca de R$ 1.900. A região Sul do país destaca-se por ter a maior média de rendimentos, alcançando R$ 2.058.

De acordo com os dados, 61% da população brasileira possui uma renda domiciliar de até um salário mínimo, com a região Sul apresentando a maior proporção de indivíduos com rendimentos superiores a essa quantia. No Sudeste e Centro-Oeste, a proporção é de cerca de 46%, enquanto no Norte e Nordeste mais de 76% e 79% das famílias, respectivamente, vivem com menos que um salário mínimo.

As disparidades são ainda mais evidentes nas unidades federativas. O Distrito Federal se destaca com a maior renda média, que chega a R$ 2.999, contrastando com o Maranhão, que apresenta a menor, de apenas R$ 900. Os dez municípios com as menores rendas per capita estão em sua maioria localizados no Maranhão e em Roraima, Pará, Pernambuco e Amazonas.

Por outro lado, as cidades com as maiores rendas domiciliares estão concentradas em estados do Sudeste e Sul, como Nova Lima em Minas Gerais, que registra a renda média mais alta, de R$ 4.300.

Um dos principais indicadores da desigualdade de renda, o coeficiente de Gini, apresentou um valor de 0,542 em 2022, evidenciando a gravidade da desigualdade no Brasil. Quanto mais próximo do valor 0, mais igualitária é a distribuição de renda, o que torna a situação atual preocupante, especialmente para as regiões que sofrem com a exclusão econômica e social. A região Sul, com um coeficiente abaixo de 0,5, é a única que se aproxima de uma distribuição mais equitativa, mas ainda há muito a ser feito para enfrentar as desigualdades que persistem no país.

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