A pesquisa evidenciou que as mulheres predominam em três dos dez principais grupos de ocupação. Elas são a maioria no campo das ciências e intelectuais, ocupações administrativas e nos serviços, incluindo o comércio. Por outro lado, as áreas onde a presença feminina é notavelmente inferior incluem profissões técnicas, como operadores de máquinas, bem como na atuação nas forças armadas e nas corporações policiais. Um ponto que se destaca é que, no setor de serviços domésticos, as mulheres alcançam uma participação de impressionantes 93,1%, além de corresponderem a mais de 70% dos profissionais que atuam na saúde e educação.
A desigualdade salarial também é uma realidade recorrente. As mulheres, em média, recebem R$ 2.506, enquanto os homens têm um rendimento médio de R$ 3.115. Essa diferença torna-se ainda mais acentuada conforme o nível de instrução. Para aqueles com ensino superior completo, os homens ganham cerca de R$ 7.347, enquanto as mulheres recebem apenas R$ 4.591, o que representa 60% do salário masculino.
Além de gênero, a cor e a raça também influenciam na disparidade salarial. Os trabalhadores indígenas apresentaram os menores rendimentos, com uma média de R$ 1.653 mensais, seguidos pelos negros, que ganham R$ 2.061. Em contraste, trabalhadores de origem amarela têm um rendimento médio de R$ 5.942, e os brancos, R$ 3.659. A desigualdade se torna ainda mais evidente entre graduados: os indígenas recebem, em média, menos da metade do que os trabalhadores de origem amarela.
Entre os brancos e amarelos, a maioria possui ensino superior completo, ao passo que essa proporção é invertida entre negros, pardos e indígenas. Entre estes últimos, cerca de 34,7% não finalizaram sequer o ensino fundamental, enquanto apenas 12,4% concluíram o curso superior. Esses dados ressaltam a urgência de políticas públicas que abordem essas desigualdades, visando promover um mercado de trabalho mais equitativo e inclusivo.