ECONOMIA – Desemprego de Longo Prazo Cai 17,3%, Menor Nível Desde 2015, diz IBGE

O cenário do emprego no Brasil apresentou sinais de melhora no segundo trimestre deste ano, conforme revelam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos destaques do levantamento é o recuo significativo no número de pessoas que estavam buscando emprego há dois anos ou mais. Segundo os dados, esse grupo diminuiu 17,3% em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando 1,7 milhão de indivíduos.

Este é o menor contingente registrado para um segundo trimestre desde 2015, quando 1,4 milhão de pessoas estavam em busca de trabalho por mais de dois anos. Embora a redução seja notável, aquelas pessoas ainda representam 22,4% do total da força de trabalho que procura inserção no mercado.

Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE, atribui parte dessa melhoria à dinâmica do setor de serviços no Brasil. Segundo ela, o setor foi capaz de absorver uma maior diversidade de perfis de trabalhadores, especialmente em atividades que não exigem um nível elevado de instrução. “Boa parte da ocupação no Brasil é gerada via serviços. E aqueles serviços de menor complexidade acabam possibilitando uma absorção maior de perfis diversos de trabalhadores. Isso pode contribuir para uma redução das pessoas que estavam procurando trabalho há mais tempo”, explicou a pesquisadora.

Além desse grupo, também houve diminuições em outros segmentos de desempregados. As pessoas que estavam buscando emprego há mais de um ano e menos de dois anos registraram um recuo de 15,2%. Já aquelas que estavam na busca por emprego entre um mês e um ano tiveram uma queda de 11%, e os que procuravam emprego há menos de um mês apresentaram uma diminuição de 10,2%. Notavelmente, a maior proporção de desempregados está entre aqueles que buscam emprego por mais de um mês e menos de um ano, totalizando 47,8%.

A análise por gênero revela que a taxa de desemprego entre as mulheres atingiu 8,6% no segundo trimestre, a menor desde o quarto trimestre de 2014, quando foi de 7,9%. O nível de ocupação das mulheres, que é o percentual de pessoas trabalhando em relação ao total em idade de trabalhar, também atingiu um recorde de 48,1%, o mais alto desde o início da série histórica, iniciada em 2012.

Ainda assim, a disparidade de gênero no mercado de trabalho persiste. A taxa de desemprego entre os homens foi de 5,6% no segundo trimestre, o que representa uma diferença de três pontos percentuais em relação às mulheres. O nível de ocupação masculina chegou a 68,3%, 20 pontos percentuais a mais do que o das mulheres.

No que diz respeito ao rendimento médio real habitual, as mulheres ganharam em média R$ 2.696 no segundo trimestre deste ano, R$ 728 a menos do que o rendimento médio dos homens, que foi de R$ 3.424. Esses números refletem não só as tendências de ocupação e desemprego, mas também as persistentes desigualdades salariais entre homens e mulheres no mercado de trabalho brasileiro.

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