Esses fenômenos não resultam apenas em danos materiais. As consequências se estendem também ao nível social, com mais de 6 milhões de pessoas forçadas a deixar suas residências. Durante o mesmo período, houve mais de 70,3 mil decretos de emergência ou calamidade pública emitidos em diferentes municípios, evidenciando a urgência da crise. A pesquisa realizada abrangeu 2.871 cidades, representando mais da metade do total de municípios no Brasil, destacando a relevância do problema em larga escala.
Apesar da gravidade da situação, apenas 12% dos municípios possuem brincadeiras próprias estabelecidas em secretarias dedicadas à proteção e defesa civil. Essa carência estrutural dificulta a implementação de políticas de prevenção. A pesquisa revela que quase metade dos gestores acumulam funções essenciais relacionadas à defesa civil em outras secretarias, enquanto cerca de 32% se reportam diretamente ao gabinete do prefeito. Essa falta de organização e prioridade demonstra a necessidade urgentíssima de políticas públicas mais robustas.
Em um contexto desafiador, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, enfatiza a importância de uma resposta federativa. Ele destaca a urgência de um apoio técnico e financeiro contínuo, fundamental para fortalecer as capacidades locais de gestão de riscos e desastres. A CNM informou que aproximadamente 67% dos municípios precisam de recursos financeiros para ações de prevenção, e mais de 70% dos gastos mensais com defesa civil ficam abaixo de R$ 50 mil, um valor manifestamente insuficiente.
Outra proposta para mitigar os impactos das mudanças climáticas é a criação de consórcios intermunicipais. Essa estratégia visa ampliar as capacidades locais de resposta e prevenção, mas, mesmo assim, apenas 15% dos municípios relataram participação em such parcerias. A articulação e o diálogo constante entre União, estados e municípios são primordiais para a construção de políticas eficazes que enderecem os riscos crescentes associados às mudanças climáticas.
