As previsões para 2026, no entanto, mantiveram-se em 2,4%, o que sugere uma expectativa de leve recuperação em relação ao ano anterior. A trajetória de desaceleração da economia é preocupação manifesta do governo federal, que observa a influência direta das taxas de juros sobre a atividade econômica, desencadeando uma contração no crédito e refletindo nos níveis de atividade doméstica.
Além disso, a previsão de inflação para 2025 foi reduzida de 4,8% para 4,6%, embora os índices permaneçam acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. Para 2026, a expectativa é uma ligeira queda na inflação, indo de 3,6% para 3,5%. Fatores como a valorização do real e a redução da inflação atrelada ao setor agropecuário e industrial foram considerados para esta revisão. A SPE (Secretaria de Política Econômica) acredita que a inflação poderá convergir para 3,2% até o segundo trimestre de 2027, o que poderia ter impactos positivos na política monetária.
O desempenho setorial da economia também apresentou nuances, com a agropecuária se destacando positivamente, ao projetar um crescimento substancial, enquanto a indústria e os serviços sofreram ligeiras reduções. O setor industrial, por exemplo, teve sua projeção revista de 1,4% para 1,3%, e o setor de serviços passou de 2,1% para 1,9%.
Entretanto, a realidade no mercado de trabalho apresenta disparidades: mesmo com o desemprego em níveis historicamente baixos, a redução da população ocupada e a desaceleração dos salários no terceiro trimestre levantam sinais de alerta.
No cenário internacional, incertezas ainda pairam sobre a atividade econômica global, com destaque para os desafios das tarifas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, que representaram uma significativa queda nos valores das transações comerciais entre agosto e outubro de 2025. Em resposta, o governo brasileiro busca diversificar seus mercados e fortalecer as políticas de apoio ao setor exportador.
No entanto, o boletim também indica que é crucial acompanhar o desempenho de outros índices de preços, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), cuja previsão caiu para 4,5% neste ano, e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que também sofreu revisão, caindo de 2,6% para 1,4%.
Com isso, o Boletim Macrofiscal continua a servir como um documento fundamental na avaliação do desempenho econômico brasileiro, sendo utilizado como referência para a elaboração de relatórios que orientam a execução orçamentária e controle de despesas.
