ECONOMIA – Desaceleração da Economia: Projeção do PIB Brasileiro para 2025 Cai para 2,2% em Meio a Juros Altos e Incertezas Externas.

A recente revisão das projeções para a economia brasileira, divulgada pelo Ministério da Fazenda, reflete um cenário desafiador para o crescimento nacional, especialmente em um contexto de juros elevados. O boletim desta quinta-feira, que apresenta as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB), ajustou a expectativa de crescimento de 2,3% para 2,2% em 2025. Esta alteração foi motivada pelo desempenho mais fraco da economia no terceiro trimestre do ano, aliado aos efeitos acumulados da política monetária restritiva em curso.

As previsões para 2026, no entanto, mantiveram-se em 2,4%, o que sugere uma expectativa de leve recuperação em relação ao ano anterior. A trajetória de desaceleração da economia é preocupação manifesta do governo federal, que observa a influência direta das taxas de juros sobre a atividade econômica, desencadeando uma contração no crédito e refletindo nos níveis de atividade doméstica.

Além disso, a previsão de inflação para 2025 foi reduzida de 4,8% para 4,6%, embora os índices permaneçam acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. Para 2026, a expectativa é uma ligeira queda na inflação, indo de 3,6% para 3,5%. Fatores como a valorização do real e a redução da inflação atrelada ao setor agropecuário e industrial foram considerados para esta revisão. A SPE (Secretaria de Política Econômica) acredita que a inflação poderá convergir para 3,2% até o segundo trimestre de 2027, o que poderia ter impactos positivos na política monetária.

O desempenho setorial da economia também apresentou nuances, com a agropecuária se destacando positivamente, ao projetar um crescimento substancial, enquanto a indústria e os serviços sofreram ligeiras reduções. O setor industrial, por exemplo, teve sua projeção revista de 1,4% para 1,3%, e o setor de serviços passou de 2,1% para 1,9%.

Entretanto, a realidade no mercado de trabalho apresenta disparidades: mesmo com o desemprego em níveis historicamente baixos, a redução da população ocupada e a desaceleração dos salários no terceiro trimestre levantam sinais de alerta.

No cenário internacional, incertezas ainda pairam sobre a atividade econômica global, com destaque para os desafios das tarifas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, que representaram uma significativa queda nos valores das transações comerciais entre agosto e outubro de 2025. Em resposta, o governo brasileiro busca diversificar seus mercados e fortalecer as políticas de apoio ao setor exportador.

No entanto, o boletim também indica que é crucial acompanhar o desempenho de outros índices de preços, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), cuja previsão caiu para 4,5% neste ano, e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que também sofreu revisão, caindo de 2,6% para 1,4%.

Com isso, o Boletim Macrofiscal continua a servir como um documento fundamental na avaliação do desempenho econômico brasileiro, sendo utilizado como referência para a elaboração de relatórios que orientam a execução orçamentária e controle de despesas.

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