ECONOMIA – Déficit das contas externas do Brasil em agosto é de US$ 4,7 bilhões, mas apresenta melhora em relação ao mesmo mês do ano passado.

Em agosto, o Brasil experimentou um déficit em suas contas externas que alcançou a cifra de US$ 4,7 bilhões. Embora o número ainda permaneça negativo, ele representa uma melhoria significativa em comparação ao déficit de US$ 7,2 bilhões registrado no mesmo mês do ano anterior. Este resultado é parte de uma tendência que reflete a evolução das transações econômicas do país, conforme divulgado pelo Banco Central em seu boletim de Estatísticas do Setor Externo.

Quando observamos o desempenho das contas externas nos últimos 12 meses, o déficit totalizou US$ 76,2 bilhões, o que equivale a 3,51% do Produto Interno Bruto (PIB). Para referência, em julho, esse indicador estava em US$ 78,7 bilhões, representando 3,66% do PIB, enquanto que no mesmo período do ano passado, o saldo negativo era de US$ 43,6 bilhões, correspondendo a 1,95% do PIB.

No acumulado de 2025, o déficit já se aproxima de US$ 46,8 bilhões, o maior registrado para esse intervalo nos últimos oito anos, desde 2015, que contabilizou US$ 51,6 bilhões. Este cenário levanta preocupações em relação à sustentabilidade econômica, uma vez que um saldo negativo acentuado pode acarretar na desvalorização da moeda nacional e na necessidade crescente de endividamento externo.

As contas que compõem este resultado incluem a balança comercial, a balança de serviços, e diferentes formas de renda, tanto primária quanto secundária. Uma conta externa negativa indica que o Brasil está enviando mais recursos para o exterior do que recebendo, um fato que, se prolongado, pode gerar implicações adversas para a economia nacional.

Em agosto, a balança comercial teve um desempenho positivo, com um superávit de US$ 5,5 bilhões. Esse resultado se deve a um aumento nas exportações, que atingiram US$ 30 bilhões (alta de 3,8%), enquanto as importações diminuíram para US$ 24,5 bilhões, uma queda de 2,6%. É importante notar que agosto também marcou a implementação de tarifas que os Estados Unidos impuseram sobre certos produtos brasileiros, mas mesmo assim, o país conseguiu diversificar seus mercados, como apontou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central.

Adicionalmente, a balança de serviços registrou um déficit de US$ 4,2 bilhões, representando uma redução de 20,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A renda primária, ao contrário, teve um aumento de 6,4%, alcançando US$ 6,3 bilhões, enquanto a renda secundária teve saldo positivo de US$ 397 milhões.

A tendência do déficit em conta corrente em 2025, que saltou de US$ 36,7 bilhões em 2024 para US$ 46,8 bilhões, foi atribuída principalmente à diminuição do superávit comercial. Ao longo do ano, estabilizou-se o volume das exportações e houve um aumento considerável das importações, que subiram 6,1%.

No lado positivo, os investimentos diretos no Brasil mostraram-se robustos, com um saldo de US$ 8 bilhões em agosto, semelhante ao montante registrado no mesmo período do ano anterior. Além disso, as reservas internacionais do país subiram para US$ 350,8 bilhões, um crescimento de US$ 5,7 bilhões em relação ao mês anterior, o que demonstra um fortalecimento financeiro que atua como uma reserva estratégica para enfrentar possíveis crises externas. Estas reservas são essenciais para garantir a estabilidade econômica e proteger o Brasil de oscilações na entrada e saída de divisas.

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