ECONOMIA – Déficit das contas externas do Brasil atinge US$ 7,1 bilhões em julho de 2025, superando valor do ano passado e preocupando economistas.

O Brasil enfrentou um déficit nas contas externas que alcançou a cifra de US$ 7,1 bilhões em julho de 2025, o que representa um aumento significativo em relação ao saldo negativo do mesmo mês do ano anterior, que foi de US$ 5,2 bilhões. Esses dados foram revelados em um relatório recente do Banco Central, que detalha as estatísticas do setor externo.

A balança comercial de bens do país, embora ainda registrando um superávit de US$ 6,5 bilhões, teve sua margem reduzida em US$ 514 milhões em comparação ao ano passado. As exportações de bens atingiram US$ 32,6 bilhões, apresentando um crescimento de 4,8%, enquanto as importações subiram 8,3%, totalizando US$ 26,1 bilhões. Este fenômeno indicou um aumento nas transações comerciais, mas serviu para evidenciar a crescente pressão sobre o saldo das contas externas.

Sobre o panorama das transações correntes, o déficit nos doze meses encerrados em julho deste ano foi de US$ 75,3 bilhões, correspondendo a 3,50% do PIB. Isso representa um leve aumento em relação ao mês anterior e uma disparada em comparação ao mesmo período de 2024, quando o déficit era de apenas 1,37% do PIB.

No que diz respeito à conta de serviços, foi registrado um déficit de US$ 5 bilhões, com despesas líquidas de viagens internacionais crescendo 34,1%, chegando a US$ 1,6 bilhão. Esse incremento se deve, principalmente, ao aumento das despesas, que subiram 27,2%, junto a um incremento nas receitas de 13,3%. Além disso, as despesas relacionadas a telecomunicações e propriedade intelectual mostraram um aumento considerável, destacando um cenário onde os brasileiros estão consumindo mais serviços no exterior.

No lado da renda primária, o déficit alcançou US$ 8,9 bilhões, crescendo 18,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, evidenciando os custos elevados com juros e lucros de investimentos estrangeiros. As despesas líquidas com juros foram de US$ 4,2 bilhões, enquanto os lucros e dividendos totalizaram US$ 4,7 bilhões.

Por outro lado, o fluxo de investimentos diretos no Brasil apresentou certa resiliência, com ingressos líquidos de US$ 8,3 bilhões em julho de 2025, superior aos US$ 7,2 bilhões do ano anterior. No acumulado em 12 meses, esses investimentos totalizaram US$ 68,2 bilhões, demonstrando um desempenho estável.

As reservas internacionais do país também mostraram um aumento significativo, totalizando US$ 345,1 bilhões, um incremento de US$ 671 milhões em relação ao mês anterior. Esse crescimento foi impulsionado por operações de linha com recompra, variações cambiais e receitas de juros, refletindo uma posição um pouco mais confortável no cenário macroeconômico em meio aos desafios globais.

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