Desde junho, o Copom já havia pausado a sequência de cortes de juros que vinha implementando desde agosto do ano passado. Anteriormente, a taxa havia sido reduzida em 0,5 ponto percentual a cada reunião até março deste ano, com um corte menor, de 0,25 ponto percentual, em maio.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressou preocupação com a manutenção da taxa de juros, argumentando que isso implica alto custo de crédito e restringe a atividade econômica brasileira. Ricardo Alban, presidente da CNI, enfatizou que uma redução na Selic é essencial para diminuir o custo financeiro suportado pelas empresas e consumidores. “Caso contrário, seguiremos penalizando não só a economia brasileira, mas, principalmente, os brasileiros, com menos empregos e renda”, ressaltou Alban.
Por sua vez, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), relaciona a manutenção da Selic com as incertezas fiscais, que comprometem a redução da taxa. A Firjan defendeu que um ajuste sustentável nos juros depende de um equilíbrio nas contas públicas, e que a ausência de uma agenda estrutural para corte de gastos eleva o risco-país, desvaloriza a moeda local e deteriora as expectativas inflacionárias.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apoiou a manutenção da Selic, argumentando que o cenário atual de câmbio pressionado, inflação em aceleração e incertezas fiscais não permitia outra decisão. Para a FecomercioSP, a situação pode até demandar um aumento dos juros, ainda que pequeno, a menos que haja um posicionamento fiscal mais claro por parte do governo.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) considerou a decisão como prejudicial ao setor produtivo, uma vez que eleva os custos dos juros. No entanto, também reconhece a importância da medida para estabilizar o quadro macroeconômico, em vista da alta das vendas no varejo, baixa taxa de desemprego e renda disponível elevada. Por outro lado, a CNC ressaltou que o cenário fiscal ainda gera incertezas, mesmo com uma arrecadação elevada.
Por fim, a Força Sindical criticou duramente a decisão, classificando-a como “absurda” e afirmando que o país continua refém dos interesses dos rentistas. A entidade destacou que taxas mais altas de juros beneficiam especuladores e que o Brasil perde mais uma oportunidade de fomentar a produção, o consumo e a geração de empregos. “O pagamento de juros pelo governo consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento do país e os investimentos em áreas essenciais como educação, saúde, segurança e infraestrutura”, declarou a entidade em nota oficial.