O Produto Interno Bruto (PIB) é uma métrica importante que mensura a soma dos bens e serviços produzidos no país. Neste cenário, a demanda dos lares brasileiros foi o principal motor de crescimento, representando 63,8% do PIB. Mesmo com essa expansão, outros componentes, como o consumo do governo e investimentos, mostraram resultados negativos, com quedas de 0,6% e 2,2%, respectivamente. As exportações, por outro lado, cresceram 0,7%, enquanto as importações caíram 2,9%.
Um fator significativo que pode ter influenciado a desaceleração do crescimento, que era de 1,3% no primeiro trimestre, é a política monetária restritiva do Banco Central. A taxa Selic, atualmente em 15% ao ano — a mais alta desde 2006 — tem como objetivo conter a inflação, mas acaba desacelerando o consumo e os investimentos. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, destaca que a política fiscal mais ativa e uma taxa de desemprego em 5,8%, a menor da série histórica, têm contribuído para a manutenção do consumo das famílias em níveis elevados.
O Bolsa Família, o principal programa de transferência de renda do governo federal, também desempenha um papel fundamental, com um valor médio de benefício de R$ 671,54 para 19,19 milhões de famílias. Além disso, a própria oferta de crédito para as famílias continua a crescer, apesar da alta nas taxas de juros, diferentemente do que ocorre com o crédito para as empresas.
Entretanto, o impacto das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre a exportação brasileira ainda não se refletiu nos dados do segundo trimestre. Embora as exportações possam ser afetadas a partir do terceiro trimestre, especialistas enfatizam que o consumo das famílias permanece como o principal vetor da economia brasileira, que continua a depender de seus laços com a China, que supera os Estados Unidos como o principal parceiro comercial do Brasil. A relação com o mercado americano vem diminuindo ao longo dos anos, tornando o cenário ainda mais dinâmico e desafiador.