O levantamento destaca que, na comparação com o mesmo período do ano anterior, a expansão anual da economia alcançou 2,4% no segundo trimestre, acumulando uma alta de 3,2% nos últimos 12 meses. Em termos financeiros, o PIB estimado para o primeiro semestre de 2025 é de R$ 6,109 trilhões.
Juliana Trece, economista do Ibre, atribui o crescimento registrado no segundo trimestre ao desempenho positivo dos setores de serviços e da indústria. Ela enfatiza que o aumento nos serviços foi generalizado entre diversas atividades, enquanto no setor industrial, o crescimento se concentrou na atividade extrativa, sinalizando uma certa vulnerabilidade nessa área.
A desaceleração observada pode ser creditada a dois fatores principais. Primeiro, não houve a mesma contribuição robusta da agropecuária que foi vista no primeiro trimestre. Em segundo lugar, o impacto retardado da elevação da taxa de juros está começando a afetar a atividade econômica, conforme as taxas seguem elevadas, atualmente fixadas em 15% ao ano — o maior patamar desde 2006.
Embora o consumo das famílias tenha mostrado crescimento, a tendência é de desaceleração, passando de uma expansão de 3,7% no quarto trimestre de 2024 para 1,5% no segundo trimestre de 2025. Essa realidade indica um esfriamento no ritmo de consumo, o que pode refletir os efeitos da alta dos juros sobre a capacidade de gasto das famílias.
A decisão do Banco Central de elevar os juros, iniciada em setembro do ano passado, visa combater a inflação, que está acima das metas estabelecidas pelo governo. Essa política contracionista, embora necessária, tem um preço: encarece o crédito e desestimula investimentos, o que contribui para a perda de dinamismo na economia, possivelmente resultando em menos emprego e renda ao longo do tempo.
Além do monitor do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) também revelou crescimento de 0,3% entre os primeiros e segundos trimestres de 2025, com uma alta de 3,9% em 12 meses. A divulgação oficial do PIB referente ao segundo trimestre está programada para o dia 2 de setembro, quando detalhes adicionais sobre a evolução da economia brasileira serão revelados.