Durante sua fala, o ministro destacou que há interesse por parte de instituições como a Caixa Econômica Federal em formar parcerias. Ele mencionou a possibilidade de oferecer serviços financeiros e produtos como seguros e previdência nas agências dos Correios, como forma de diversificar as fontes de receita e fortalecer a empresa.
Entretanto, Haddad fez questão de esclarecer que qualquer operação de empréstimo aos Correios só será considerada com a aprovação do Tesouro Nacional e em condições que o governo considere adequadas. Recentemente, uma proposta de empréstimo com juros altíssimos foi rejeitada, e o Tesouro deixou claro que não irá garantir operações com encargos superiores a 120% do CDI.
A situação financeira da estatal, segundo o ministro, é alarmante. Os prejuízos da empresa saltaram de R$ 633 milhões em 2023 para uma previsão de R$ 10 bilhões até o final de 2025. Haddad explicou que foi somente após a troca da diretoria, em setembro, que o Ministério da Fazenda conseguiu obter uma “radiografia correta” da crise enfrentada pelos Correios.
Ele assegurou que existem esforços em andamento para elaborar um plano de recuperação que não apenas adie os problemas, mas que busque soluções estruturais concretas. Nesse contexto, Haddad sublinhou que, por sua natureza de universalização, o serviço postal não pode se sustentar financeiramente sem subsídios, fato observável também em outras nações desenvolvidas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, em declarações recentes, que a privatização dos Correios está fora de questão, enfatizando que, enquanto ele estivesse no cargo, a estatal continuaria sendo pública. Lula destacou a possibilidade de parcerias e uma gestão mista, similar ao modelo da Petrobras, onde o governo mantém o controle acionário.
O presidente também atribuiu parte dos desafios enfrentados pelos Correios a uma “gestão equivocada” e revelou que o governo está implementando mudanças estruturais na direção da empresa. Além disso, mencionou a importância estratégica dos Correios, afirmando que novas medidas poderão ser adotadas para recuperar a estatal no futuro.
Essa situação não é única dos Correios; Haddad observou uma confusão contábil entre investimentos e gastos nas estatais, crucial para a compreensão da saúde financeira dessas empresas. O ministro apontou para a necessidade urgente de investimentos em tecnologia, especialmente no sistema projetado para acompanhar o pagamento de tributos em tempo real após a reforma tributária. Ele alertou que sem esses investimentos, não seria possível conduzir uma reforma tributária eficaz, que promova mudanças significativas no país.
Em resumo, o governo busca não apenas mitigar os prejuízos, mas encontrar formas de revitalizar os Correios, explorando diversas alternativas que garantam sua relevância e sustentabilidade no futuro.
