ECONOMIA – Correios Anunciam Reestruturação Financeira e Buscam Empréstimo de R$ 20 Bilhões para Reequilibrar Contas até 2027 e Retomar Lucros.

Na quarta-feira (15), os Correios revelaram um ambicioso plano de reestruturação financeira e operacional, destinado a assegurar a sustentabilidade e modernização da empresa estatal. Entre as principais iniciativas propostas, destaca-se a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões com o Tesouro Nacional, cujo objetivo é cobrir as operações da empresa e alcançar estabilidade financeira nos anos de 2025 e 2026, com previsão de retorno ao lucro em 2027.

Os números recentes mostram um quadro alarmante: entre janeiro e junho de 2023, a estatal enfrentou um prejuízo de R$ 4,36 bilhões — um aumento significativo em relação ao déficit de R$ 1,3 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior. O novo presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, empossado há apenas 21 dias, atribuiu parte desse resultado negativo à crescente concorrência no setor de comércio eletrônico, afirmando que a empresa falhou em se adaptar rapidamente a essa nova realidade, impactando negativamente na geração de receita.

Rondon destacou que o Postalis, o fundo de pensão complementar dos funcionários, representa uma parcela significativa das despesas da estatal e ressaltou a necessidade de buscar soluções mais eficazes. O plano de reestruturação inclui medidas como cortes de despesas operacionais e administrativas, diversificação das fontes de receita e uma busca constante pela recuperação da liquidez.

Um dos passos cruciais nessa reestruturação será a implementação de um novo Programa de Demissões Voluntárias, com uma análise minuciosa das áreas de ociosidade da força de trabalho. A venda de imóveis que estão sem uso também está nos planos, o que poderá gerar um fluxo adicional de recursos, além da redução dos custos de manutenção.

Adicionalmente, a estatal planeja renegociar contratos com seus principais fornecedores para buscar condições mais favoráveis, sempre respeitando a segurança jurídica das operações. O presidente enfatizou a importância de expandir o portfólio de produtos e serviços, como forma de capturar novas receitas e se reaproximar de grandes clientes, além de observar as práticas bem-sucedidas de redes logísticas internacionalmente.

Focando na recuperação financeira, o presidente não descarta a adoção de novas medidas estruturais, para garantir a viabilidade da empresa a longo prazo. Ele declarou que é fundamental alcançar um equilíbrio financeiro no curto prazo, onde as receitas sejam suficientes para cobrir as despesas mensais, afim de evitar discussões sobre a viabilidade da estatal. Com esta reestruturação, Rondon acredita que os Correios têm a capacidade de retornar ao caminho da geração de receita, reestabelecendo-se como uma empresa financeiramente saudável.

A estrutura dos Correios é robusta, com presença em todos os municípios do Brasil, operando mais de 10 mil agências e 8 mil unidades operacionais, apoiadas por uma frota de 23 mil veículos e cerca de 80 mil funcionários diretos. Esse vasto alcance logístico e a proposta de inovação são vistos como pilares para a recuperação da estatal.

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