O relato do Copom destaca a elevada incerteza que permeia o cenário econômico, tanto interno quanto externo. No contexto internacional, o Comitê observa que os Estados Unidos, com suas tarifas sobre exportações e o ciclo de decisões do Federal Reserve, exercem um impacto significativo. A hesitação sobre o início da redução de juros e o ritmo de crescimento americano contribuem para um clima de incertezas que também se reflete nas expectativas de inflação, que permanecem acima da meta em todos os horizontes analisados.
Internamente, os dados sugerem uma moderação no crescimento da atividade econômica. O Copom aponta que, apesar de estímulos fiscais e de crédito, ainda não houve um impacto significativo que alterasse esse quadro. As pesquisas setoriais e informações sobre consumo revelam uma continuidade na desaceleração do crescimento do PIB, indicando uma necessidade premente de estratégias eficazes para reverter essa tendência.
A meta de inflação, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com uma faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, entre 1,5% e 4,5%. O Copom antecipa que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2025 em 4,8%, um valor que ainda está acima da margem de tolerância, sugerindo que as pressões inflacionárias permanecem como um desafio a ser enfrentado.
A política monetária é, portanto, um mecanismo essencial na condução da economia, onde aumentos na Selic têm como objetivo controlar a inflação ao encarecer o crédito e estimular a poupança, enquanto sua redução tende a facilitar o acesso ao crédito e incentivar a atividade econômica. As projeções para os próximos anos indicam uma melhoria gradual na inflação, prevendo um IPCA de 3,6% em 2026 e 3,4% no primeiro trimestre de 2027, refletindo uma tendência de convergência mais próxima das metas estabelecidas.