Segundo a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (14), o comitê avalia que a incerteza no cenário global e a resiliência na atividade econômica nacional exigem cautela na condução da política monetária. A conjuntura atual, marcada por um processo desinflacionário mais lento, inflação desancorada e um cenário global desafiador, requer serenidade e moderação nas decisões do BC.
Na reunião da semana passada, o Copom reduziu a Selic pela sétima vez consecutiva, porém, a velocidade do corte foi reduzida. Enquanto anteriormente o corte era de 0,5 ponto percentual a cada reunião, dessa vez a redução foi de 0,25 ponto, levando a taxa para 10,5% ao ano.
Uma das principais razões para a cautela do Copom é a desancoragem das expectativas de inflação. Mesmo em queda, a inflação ainda está acima da meta estipulada pelo BC, alimentando incertezas entre os agentes econômicos. A meta de inflação para este ano é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Além disso, as projeções para a inflação divulgadas no último Relatório de Inflação do BC apontam para uma diminuição mais lenta da inflação em 2024, devido à alta dos preços de alimentos e combustíveis. O BC manteve a estimativa de que o IPCA fechará o ano em 3,5%, porém essa previsão pode ser revisada no próximo relatório, a ser divulgado no final de junho.