Na última reunião, realizada nos dias 29 e 30 de julho, o comitê tomou a significativa decisão de interromper o ciclo de alta nas taxas de juros, mantendo a Selic em 15% ao ano. Essa medida foi justificada pela deterioração do ambiente econômico global, fortemente impactado por políticas fiscais e comerciais dos Estados Unidos, além do nível da inflação, que ainda se encontra acima da meta estipulada. Essa decisão gerou discussões nos setores econômico e financeiro, uma vez que a taxa Selic é um importante instrumento na luta contra a inflação.
Durante os encontros, os membros do Copom avaliam diversos aspectos que influenciam a economia, tais como as perspectivas de crescimento brasileiro e global, condições de liquidez e o comportamento dos mercados financeiros. São considerados, além da inflação, fatores como as contas públicas e a atividade econômica do país. O comitê, que busca embasar suas decisões de forma técnica, analisa apresentações do corpo funcional do Banco Central, garantindo uma abordagem fundamentada.
Após a reunião, os votos dos membros são divulgados, oferecendo transparência ao processo decisório e permitindo que o mercado reaja de maneira informada. O Banco Central enfatiza que as decisões visam garantir que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esteja alinhada com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
As atas das reuniões do Copom são publicadas em até quatro dias úteis após os encontros, permitindo que analistas e investidores compreendam melhor as motivações por trás das decisões de política monetária. Com a definição da Selic, o Banco Central atua diariamente no mercado aberto, comprando e vendendo títulos públicos federais para garantir que a taxa de juros se mantenha próxima ao valor determinado.
A Selic, como ferramenta predominante na política monetária, tem um impacto direto sobre a economia. A elevação da taxa tem como finalidade conter uma demanda aquecida, encarecendo o crédito e incentivando a poupança. No entanto, os bancos consideram outros fatores ao estabelecer suas taxas de juros, como risco de inadimplência e custos administrativos, o que pode afetar a expansão econômica. Por outro lado, uma redução na Selic tende a baratear o crédito e a impulsionar o consumo e a produção, embora também possa complicar o controle da inflação. Portanto, a decisão do Copom possui repercussões que vão muito além do simples ajuste na taxa de juros.