Os dados econômicos recentes indicam uma desaceleração da inflação, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrados em apenas 0,26% em maio, o que sugere que o Copom pode optar por interromper o ciclo de elevação. Por outro lado, a pressão de alguns preços, especialmente os de energia, ainda preocupa os economistas e influencia as expectativas sobre as decisões do BC.
Conforme o último boletim Focus, a previsão é de que a taxa Selic se mantenha em 14,75% até o final de 2025, com uma possível redução programada para 2026. Essa perspectiva é acompanhada por uma diminuição nas expectativas de inflação, que caiu de 5,5% para 5,25% para o ano de 2025. Apesar disso, o nível de inflação previsto ainda se encontra acima do limite estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3% para este ano, mas que pode chegar a 4,5% por conta do intervalo de tolerância.
A taxa Selic desempenha um papel fundamental na economia brasileira, servindo como referência para diversos tipos de crédito e para as negociações de títulos públicos. O Banco Central a utiliza como principal ferramenta para controlar a inflação. Quando a taxa é elevada, a intenção é esfriar a economia, desencorajando o consumo e o investimento, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito. No contrário, ao baixar a Selic, o objetivo é facilitar o acesso ao crédito, impulsionando a atividade econômica.
O Copom realiza suas reuniões a cada 45 dias, onde os membros da diretoria discutem as condições econômicas internas e externas e as projeções para a inflação. O novo sistema de meta contínua de inflação foi implementado em janeiro, estabelecendo uma meta de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ajustando-se mensalmente de acordo com o índice acumulado em 12 meses. O Banco Central deverá divulgar novas previsões no final de junho, o que poderá influenciar as decisões futuras em relação à Selic e à economia brasileira como um todo.