ECONOMIA – Consumidores do Rio de Janeiro resistem ao pagamento eletrônico e ainda preferem o uso de cédulas e moedas em feiras.

Na tradicional feira do Largo do Machado, localizada na zona sul do Rio de Janeiro, a resistência ao pagamento eletrônico ainda é uma realidade. Mesmo com o avanço dos meios de pagamento digitais, alguns consumidores ainda optam por utilizar cédulas e moedas devido a alguns obstáculos, como taxas de maquininhas de cartão ou a dificuldade de acesso à internet em determinados locais.

Renata Moreira, uma servidora pública de 47 anos, relata que, apesar de utilizar frequentemente o cartão de débito e o Pix, teve que sacar dinheiro no banco durante sua última ida à feira. Ela menciona um acontecimento em que o preço dos limões aumentou devido à taxa de cartão, o que a fez preferir o pagamento em dinheiro. Renata também destaca a insegurança de utilizar o Pix em locais considerados perigosos, o que requer o manuseio do telefone celular e acesso à internet.

De acordo com dados do Banco Central, mesmo após 30 anos da criação do real, ainda existe uma grande circulação de papel-moeda na economia brasileira. Em 2020, durante a pandemia de covid-19, houve um aumento no uso de dinheiro em espécie devido ao auxílio emergencial distribuído pelo governo. No entanto, com o surgimento do Pix, a tendência é de que o uso de cédulas e moedas diminua gradualmente.

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central, tem se destacado como uma opção prática e segura para a população, incentivando a inclusão financeira e a digitalização dos meios de pagamento. Mesmo assim, algumas pessoas, principalmente idosas, ainda preferem utilizar dinheiro em espécie ou cartões tradicionais, como é o caso da aposentada Marina de Souza, de 80 anos, e da dona de casa Hilda Pereira, de 65 anos, frequentadoras assíduas da feira do Largo do Machado.

A predominância do uso de papel-moeda em determinadas regiões do país evidencia a desigualdade no acesso aos meios de pagamento eletrônicos. A professora de economia da Fundação Getulio Vargas, Virene Matesco, destaca a importância do avanço tecnológico na redução de custos de transação, mas alerta para o aumento do endividamento da população devido à facilidade e agilidade nas transações financeiras.

Portanto, a variedade de opções de pagamento disponíveis atualmente, como o Pix, os cartões e o dinheiro em espécie, reflete a diversidade de perfis de consumidores e a necessidade de adaptação dos meios de pagamento às diferentes realidades socioeconômicas presentes no Brasil.