ECONOMIA – Companhias aéreas brasileiras podem financiar querosene com apoio do Fundo de Garantia às Exportações, visando custos menores e incentivo ao combustível sustentável.

As companhias aéreas brasileiras ganham uma nova oportunidade para otimizar suas operações financeiras com a aprovação de um mecanismo que permite financiar a compra de querosene de aviação (QAV) com a garantia do Fundo de Garantia às Exportações (FGE). A decisão foi tomada pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) em uma reunião realizada na quinta-feira (27) em Brasília. O novo modelo possibilita que as companhias acessem até R$ 2 bilhões em crédito, proporcionando-lhes uma alternativa para a redução dos custos operacionais.

Como contrapartida para se beneficiarem dessa garantia, as companhias deverão contribuir para o desenvolvimento do mercado de combustível sustentável de aviação (SAF) no Brasil. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) delineou três formas pelas quais as empresas podem atender a essa exigência: adquirindo combustíveis produzidos nacionalmente, investindo em fábricas nacionais de SAF ou alocando recursos no Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), focando em projetos voltados para o SAF.

A proposta é considerada um importante passo para a transição energética do setor aéreo, ao mesmo tempo que almeja a redução dos custos operacionais das empresas. Esta iniciativa foi elaborada por uma colaboração entre os dez ministérios membros da Camex, a Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério de Portos e Aeroportos e a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

Particularmente, a Azul Linhas Aéreas se destaca como uma das companhias que mais devem se beneficiar dessa nova medida, especialmente em um momento em que a empresa está finalizando um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, buscando comprovar sua estabilidade financeira para que seu plano seja homologado. O novo mecanismo representa um alívio imediato no caixa da companhia, semelhante à um reforço de capital que permitirá a aquisição do combustível necessário.

Ademais, o Gecex também abordou questões de defesa comercial e competitividade industrial, decidindo pela prorrogação do direito antidumping sobre pneus de motocicletas originários de países como China, Tailândia e Vietnã, além de manter medidas antidumping sobre alto-falantes automotivos e revogar direitos provisórios sobre fios de náilon. Esse tipo de tarifa é uma ferramenta importante para proteger o mercado interno quando produtos estrangeiros são vendidos a preços inferiores ao custo de produção.

Por último, o Gecex-Camex também aprovou 17 pedidos que visam reduzir ou eliminar tarifas de importação de insumos essenciais no contexto atual de desabastecimento no mercado interno, como tintas para impressão e componentes eletrônicos. Esses movimentos refletem uma estratégia mais ampla para fortalecer a indústria nacional e garantir a disponibilidade de produtos essenciais para a economia.

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