A taxa Selic, juros básicos da economia, deverá encerrar 2026 em torno de 12% ao ano, uma diminuição em relação aos atuais 15% ao ano. A inflação, por sua vez, tem previsão de fechamento em 4,1% no final do ano, mantendo-se dentro do intervalo estabelecido pela meta de 3%, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Contudo, os juros reais, que representam a diferença entre a taxa de juros e a inflação, prometem permanecer elevados em 7,9% para o próximo ano, o que representa um entrave significativo para investimentos que poderiam impulsionar o crescimento econômico.
Os dados indicam que a combinação de crédito caro, uma demanda interna fraca e o aumento das importações continuarão a impactar negativamente a indústria, especificamente o setor de transformação, que deve registrar um crescimento modesto de apenas 0,5% em 2026, configurando-se como o segmento com pior desempenho.
Em contrapartida, o setor de serviços surge como o principal motor da economia, com uma expectativa de crescimento de 1,9%. O setor da construção civil, que possui um novo modelo de crédito imobiliário e um aumento no teto do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), deve avançar 2,5% em 2026, impulsionado por programas como o Minha Casa, Minha Vida.
Por outro lado, a agropecuária deve enfrentar estagnação, enquanto as exportações brasileiras devem crescer 1,6% no próximo ano, apesar de desafios como tarifas impostas pelos Estados Unidos e a desaceleração da demanda global. As previsões apontam que as exportações devem alcançar US$ 350 bilhões em 2025, um crescimento de 3% em relação ao ano anterior, com as importações aumentando 7,1%.
Em suma, o cenário para 2026 é de crescimento moderado, sustentado por setores específicos, mas ameaçado por juros elevados e a luta contra a desaceleração da demanda interna. É imperativo que políticas eficazes sejam implementadas para fomentar investimentos e fortalecer as áreas mais atingidas pela atual conjuntura econômica.
