O motivo do protesto está ligado à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que teve início nesta terça-feira e tem como objetivo definir os rumos dos juros básicos da economia. Na última reunião, realizada no início de maio, o Copom optou por reduzir a taxa pela sétima vez consecutiva, fixando-a em 10,5% ao ano. No entanto, a velocidade das reduções tem diminuído, passando de cortes de 0,5 ponto percentual para 0,25 ponto percentual.
Apesar das sucessivas reduções, as centrais sindicais argumentam que a taxa de juros no país ainda é considerada muito elevada. Neiva Ribeiro dos Santos, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, destacou que a alta taxa de juros acaba beneficiando especuladores financeiros em detrimento do investimento em setores essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.
Neiva ainda ressaltou que as altas taxas de juros afetam diretamente o endividamento das famílias brasileiras. Segundo ela, a manutenção da taxa Selic em patamares elevados resulta em mais recursos destinados ao pagamento de juros da dívida pública, em vez de serem investidos em áreas prioritárias para a sociedade.
Embora haja expectativas de novos cortes da taxa de juros, a última ata do Copom não sinalizou essa possibilidade. Membros do colegiado demonstraram preocupação com as projeções de inflação acima da meta estabelecida para o ano e com o cenário macroeconômico desafiador.
Diante desse contexto, os representantes das instituições financeiras consultados pelo Banco Central no Boletim Focus expressaram a expectativa de que os juros permaneçam inalterados. Com a meta de inflação estabelecida em 3% para o ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, as decisões do Copom serão cruciais para a condução da política monetária no Brasil.