Em 2023, observou-se um marco importante, com 6,61 milhões de pessoas adotando essa modalidade de trabalho, representando 8,2% do total. Esses dados sugerem uma inversão na tendência crescente de teletrabalho que se consolidou durante a pandemia de COVID-19, quando muitos profissionais foram forçados a adaptar suas rotinas em meio a um cenário de restrições e isolamento social.
O estudo, apresentado em uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) no Rio de Janeiro, abrange informações anuais desde 2012, exceto para os anos de 2020 e 2021, quando a coleta de dados foi impactada pela crise sanitária. No total, a pesquisa abrange 82,9 milhões de trabalhadores, considerando apenas aqueles inseridos no setor privado, excluindo empregados do setor público e trabalhadores domésticos.
Analistas apontam que a definição de trabalho em domicílio também inclui aqueles que optam por espaços de coworking. Essa flexibilidade na definição do local de trabalho é um reflexo de novas dinâmicas profissionais, onde a domiciliaridade pode ser temporária e variar de acordo com a preferência do trabalhador.
Embora as mulheres continuem a dominar essa prática, representando 61,6% dos trabalhadores em home office, a insatisfação com a diminuição dessa modalidade de trabalho tem se tornado um tema recorrente nas empresas. Instituições como o Nubank já implementaram uma política de retorno gradual ao trabalho presencial, resultando em demissões que questionam a eficácia desse movimento.
Importante ressaltar que, apesar da queda no número de trabalhadores remotos, a porcentagem ainda supera o que era observado antes da pandemia, refletindo a permanência de uma transformação significativa no mercado de trabalho atual. Em 2012, apenas 3,6% dos trabalhadores estavam nessa modalidade, saltando para 8,4% em 2022 antes da regressão recente. Essa transição destaca a importância das novas tecnologias e das mudanças de comportamento frente ao trabalho.
Com a situação evoluindo, o debate sobre o futuro do trabalho remoto e as condições que devem ser oferecidas para os profissionais continua aberto, indicando que as empresas devem ponderar os impactos dessa transição em suas equipes e na produtividade geral.
