ECONOMIA – Brics avança no uso de moedas locais para reduzir custos das operações comerciais e financeiras entre os países-membros.

Brics avança no uso de moedas locais para operações comerciais

O Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está em processo de avanço no uso de moedas locais para operações financeiras relacionadas ao comércio e investimentos realizados pelos países-membros. A presidência rotativa do bloco está sob responsabilidade do Brasil desde o dia 1º de janeiro deste ano.

O objetivo dessa medida é reduzir os custos de operações comerciais-financeiras das nações emergentes. O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Mauricio Lyrio, confirmou essa novidade em uma conversa com jornalistas, realizada em Brasília, na última sexta-feira (21). Ele é o negociador-chefe do Brasil no Brics e está encarregado de coordenar os trabalhos como sherpas.

Segundo Lyrio, o Brics já vem trabalhando nesse sentido desde 2015 e a utilização de moedas locais é algo que é prática no comércio bilateral entre os membros do grupo. O sistema de pagamentos em moedas locais se tornou uma das prioridades das potências regionais e será debatido entre os líderes-negociadores representantes dos 11 países integrantes do bloco.

É importante ressaltar que o Brics não irá discutir, por enquanto, a criação de uma moeda comum para o bloco. O secretário justificou que esse processo é complexo e as economias dos países membros são grandes. No entanto, ele não descartou a possibilidade de essa questão ser discutida no futuro, durante duas reuniões que ocorrerão nos dias 25 e 26 deste mês.

Além disso, o Brasil, como presidente do Brics, tem algumas prioridades para a gestão do grupo. Entre elas estão: cooperação em saúde, financiamento de ações de combate à mudança do clima, comércio, investimento e finanças do Brics, governança da inteligência artificial e desenvolvimento institucional do bloco.

A Cúpula de chefes de Estado do Brics está prevista para ocorrer nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. O encontro será aberto pelo ministro das Relações Exteriores e existe a possibilidade de um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos participantes no segundo dia do evento.

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