A isenção do Imposto de Renda, prevista para entrar em vigor em janeiro de 2026, representa um passo significativo em direção à justiça tributária. Ricardo Gonçalves, economista e analista do centro de pesquisa da Unicamp, destacou que, ao longo da década de 1990, o Brasil reviu suas alíquotas, favorecendo uma pequena elite econômica. A nova lei, que favorece principalmente a população de baixa e média renda, é vista como a maior reforma tributária em benefício da população até hoje. Com isso, espera-se uma distribuição mais equilibrada dos impostos, onde as camadas mais ricas da sociedade contribuirão mais, especialmente em relação a lucros e dividendos.
Em outro aspecto econômico, o tarifaço imposto pela gestão de Donald Trump trouxe pânico inicial, mas seus efeitos foram menos devastadores do que o esperado. A economista Carla Beni, professora da FGV, analisou que, embora a medida tenha sido alarmante, o Brasil conseguiu diversificar suas exportações e atrair investimentos, resultando em um fechamento de ano com inflação controlada e um PIB projetado para crescer cerca de 2,5%. Este fenômeno ilustra um desvinculamento do Brasil em relação à dependência dos EUA e mostra que o país está apto a buscar parcerias comerciais diversificadas.
Por fim, o escândalo do banco Master evidenciou temas de corrupção e má gestão no setor financeiro. O banco foi alvo de investigações que revelaram práticas ilícitas envolvendo a captação de recursos de forma enganosa. A operação Compliance Zero da Polícia Federal expôs como o banco montou um esquema que atraiu outros bancos, especialmente públicos, a comprarem ativos duvidosos. O economista Sillas de Souza Cesar destacou que a falta de supervisão e a influência política em pequenos fundos de previdência social continuam a ser um problema persistente no Brasil.
2025, portanto, foi um ano de desafios e mudanças que refletem a complexidade da economia brasileira e a necessidade de reformas estruturais significativas para um futuro mais justo e sustentável.
