Entretanto, a Conab alerta que as variações climáticas nas regiões produtoras poderão impactar esses números. Regiões do Sul do Brasil enfrentaram recentemente “eventos adversos”, e irregularidades nas chuvas têm sido observadas em áreas do Mato Grosso e Goiás, onde o atraso da precipitação pode atrasar o plantio.
No que diz respeito à soja, a Conab prevê um crescimento de 3,6% na área destinada ao cultivo, atingindo 49,1 milhões de hectares, com uma estimativa de 177,6 milhões de toneladas produzidas. Embora o plantio da soja esteja ocorrendo dentro da média dos últimos cinco anos, ele se encontra atrasado em comparação ao mesmo período do ano anterior, com Goiás e Minas Gerais enfrentando desafios devido à falta de chuvas adequadas.
O estado do Mato Grosso, por sua vez, apresenta um ritmo de plantio similar ao do ano passado. No entanto, as condições climáticas instáveis em outubro impactaram o cultivo, resultando em um déficit hídrico que comprometeu a densidade de plantio em algumas áreas.
A produção de milho também está no foco das atenções, com uma estimativa total de 138,8 milhões de toneladas para as três safras do ciclo. Essa projeção representa uma diminuição de 1,6% em relação ao ciclo anterior. A Conab aponta um aumento de 7,1% na área cultivada na primeira safra, mas condições climáticas adversas em estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul atrasaram a emergência das plantas, embora sem afetar ainda o potencial produtivo.
Quanto ao arroz, a previsão é de que sejam colhidas 11,3 milhões de toneladas, uma queda de 11,5% em comparação ao ano anterior, atribuída à diminuição da área cultivada. O Rio Grande do Sul, o principal estado produtor, já alcançou 78% do previsto para a semeadura, mas enfrentou atrasos em algumas áreas devido ao excesso de chuvas.
Já a produção de feijão está prevista para ser similar à do ciclo anterior, com uma estimativa de 3,1 milhões de toneladas. No entanto, a primeira safra apresenta uma diminuição de 7,3% na área plantada, resultando em uma produção de 977,9 mil toneladas, 8% inferior ao ano passado.
Por fim, no que se refere às culturas de inverno, o segundo levantamento da safra de trigo indica uma colheita de 7,7 milhões de toneladas. Embora as condições climáticas para as principais regiões produtoras sejam consideradas favoráveis, a redução dos investimentos em insumos, como fertilizantes e defensivos, pode comprometer o pleno potencial produtivo das lavouras, resultando em espigas menores e com menos grãos. As chuvas intensas no Paraná em novembro também podem gerar impactos nas lavouras ainda em campo.









