Os minerais críticos, que incluem componentes como lítio, cobalto, níquel e terras raras, são fundamentais para a fabricação de baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores. A importância desses recursos não pode ser subestimada, visto que sua disponibilidade está frequentemente ameaçada por riscos de escassez e pela dependência de poucos fornecedores no mercado global.
Segundo dados do setor, o Brasil abriga cerca de 10% das reservas mundiais desses minerais, uma posição privilegiada que, se bem explorada, poderia colocar o país em uma posição de destaque na cadeia global de suprimentos. A pesquisa que analisou a relevância do Brasil na transição energética e no comércio internacional dos minerais críticos foi recentemente divulgada e demonstra que, ao longo das últimas duas décadas, o país tem apresentado uma atuação discreta nesse comércio, resultado das dificuldades inerentes à produção mineral.
Porém, os especialistas envolvidos na pesquisa afirmam que a expansão dos investimentos em capital físico e na pesquisa geológica nos últimos anos pode sinalizar um novo ciclo de crescimento para a mineração brasileira. Essa mudança, sustentada por tendências globais, oferece a expectativa de que o Brasil possa elevar sua competitividade no setor.
Os autores do estudo também alertam que, embora haja um novo ciclo de investimentos em andamento, é crucial que as expectativas em relação ao impacto da mineração na economia brasileira sejam mantidas em um patamar realista. Nos últimos anos, a contribuição da mineração para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro variou entre 0,75% e 2%, refletindo os altos e baixos das cotações de commodities, especialmente do minério de ferro, que é responsável por mais de dois terços do setor mineral.
Portanto, o Brasil apresenta um horizonte promissor com relação aos minerais críticos, mas é vital que as estratégias de desenvolvimento sejam focadas e realistas, visando garantir uma gestão sustentável e eficaz desses recursos.
