Segundo o ministro, a equipe do governo já elaborou um plano de contingência para auxiliar setores que poderiam ser impactados por essa tarifa, que se aplicaria a uma ampla gama de exportações brasileiras. Haddad revelou que o governo enviou duas cartas ao governo dos EUA, sendo uma delas na semana anterior à entrevista, mas ainda aguarda respostas. Ele reafirmou que, mesmo que a situação permaneça sem solução, o Brasil continuará buscando um entendimento que beneficie ambos os países. O ministro mencionou a criação de um grupo de trabalho focado em desenvolver propostas que apresentem alternativas aos setores mais vulneráveis e que se adequem à lei da reciprocidade.
Em meio ao atual cenário de tensões comerciais, Haddad destacou a importância de uma postura unificada do Brasil em defesa de seus interesses. Ele também abordou a complexidade da relação entre o Brasil e os Estados Unidos, indicando que as conexões pessoais entre a família Bolsonaro e o ex-presidente Trump não deveriam interferir nas relações comerciais.
Além disso, Haddad manifestou preocupação com a investigação anunciada por Trump a respeito do sistema de pagamento instantâneo brasileiro, o Pix, que considerou um modelo eficiente e inovador. Ele questionou a lógica de ver o Pix como uma ameaça ao sistema financeiro dos EUA, ressaltando seu caráter como um avanço nas transações financeiras a custo zero.
Em relação à política fiscal, o ministro garantiu que o governo não tem planos de revisá-la e enfatizou a expectativa de entregar o melhor resultado fiscal dos últimos doze anos até o fim do mandato de Lula. Haddad se mostrou otimista em relação à recuperação das finanças e à melhoria da distribuição de renda no país, reiterando comprometimento com o crescimento econômico e a geração de empregos.