Além disso, foi anunciada a abertura de um novo escritório da Apex em Washington, D.C., como parte de uma estratégia mais ampla para fortalecer a presença brasileira nos Estados Unidos. Viana explicou que esse novo escritório ampliará a atuação da Apex, que já conta com instalações em Miami, Nova York e São Francisco. A criação desse escritório em Washington tem como objetivo dialogar diretamente com a Casa Branca na tentativa de suavizar as imposições tarifárias.
O presidente da Apex enfatizou que o governo brasileiro já estabeleceu parcerias com importantes entidades, como a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), além de setores que importam produtos brasileiros. Essa colaboração pretende intensificar os esforços de lobby junto às autoridades americanas para que mais produtos sejam excluídos das altas tarifas.
Viana também abordou a questão da soberania, alertando que as exigências feitas pelos Estados Unidos para a revogação das sanções são lesivas à autonomia do Brasil. Ele denunciou a tentativa de interferência nas instituições brasileiras, afirmando que, se a situação fosse meramente comercial, já teria sido resolvida.
A Apex está planejando duas estratégias principais para lidar com a nova realidade: fortalecer o relacionamento com importadores americanos e buscar novos mercados para os produtos brasileiros. Viana ressaltou que há oportunidades significativas em pelo menos 72 países, que podem absorver produtos que estão sendo deixados de lado devido às tarifas.
Os dados recentes da Apex indicam que, no primeiro trimestre do ano, o Brasil exportou US$ 77,3 bilhões em bens, ligeiramente abaixo dos US$ 77,7 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior, com um superávit comercial de US$ 10 bilhões. Os principais produtos exportados incluem petróleo, soja e café, tendo todos enfrentado desafios de competitividade no mercado internacional.
Viana encerrou a entrevista apontando que, apesar das dificuldades, o Brasil está bem posicionado para encontrar novas oportunidades, sugerindo que, em uma guerra comercial, todos perdem, mas aqueles que conseguem navegar melhor dessa tempestade podem emergir com vantagens significativas.