“Os detalhes do planejamento estão sendo finalizados, e espero que possamos levar tudo a Lula para avaliação e decisão”, comentou o ministro, sem fornecer informações específicas sobre as ações propostas. O plano, que foi moldado conforme diretrizes definidas por Haddad e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, precisa ainda do crivo dos ministros Mauro Vieira e Rui Costa antes de sua apresentação ao presidente.
Haddad reforçou que o governo continua priorizando negociações diretas com os Estados Unidos, apesar das dificuldades enfrentadas, uma vez que a Casa Branca tem se mostrado resistente a discutir o tema. O ministro afirmou que, embora haja diálogo com a equipe técnica do Tesouro americano, a comunicação com autoridades de alto escalão, como o secretário Scott Bessent, tem sido limitada. Alckmin, por sua vez, tem mantido conversas com outros secretários do governo dos EUA, mas sem resposta conclusiva por parte da Casa Branca.
Entretanto, Haddad expressou otimismo ao citar avanços em negociações comerciais entre os EUA e outras nações, como Japão e Vietnã, como um sinal positivo que poderia influenciar favoravelmente as conversações com o Brasil. Ele disse que, apesar da complexidade, o país continua aberto ao diálogo e disposto a negociar, ressaltando que nenhuma oportunidade foi descartada.
Apoios regionais também foram abordados, com o ministro elogiando a disposição de alguns governadores em auxiliar setores locais afetados pela tarifa imposta pelos EUA. Contudo, ele apontou que as medidas de ajuda dos estados são limitadas e não alcançam a magnitude do problema enfrentado. O exemplo específico mencionado foi uma linha de crédito de R$ 200 milhões criada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, segundo Haddad, equivale a um valor irrisório diante das perdas anunciadas nas exportações brasileiras.
O ministro ainda destacou a importância da mobilização dos governadores, que agora reconhecem que a situação representa uma questão complexa do Estado brasileiro, enfatizando que é vital que os governadores deixem para trás qualquer apoio ao tarifaço e enxerguem a dura realidade que o Brasil enfrenta neste momento.