Com o objetivo de solidificar suas operações no Brasil, a BP manifestou sua intenção de estabelecer um hub de produção que seja vantajoso e eficiente. O poço se localiza a 404 km da costa fluminense, uma distância comparável entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Durante a perfuração, a BP alcançou uma coluna de hidrocarbonetos de alta qualidade, se estendendo por mais de 300 km², uma área similar à da cidade de Fortaleza.
A análise inicial dos dados revelou níveis elevados de dióxido de carbono (CO₂) presentes no reservatório. Este é um fator a ser considerado, já que o gás é um conhecido contribuidor para o efeito estufa. A empresa planeja realizar uma série de avaliações complementares para entender melhor o potencial do bloco Bumerangue.
Os reservatórios do pré-sal, que se situam entre 5 mil e 7 mil metros de profundidade, são fundamentais para a produção de petróleo no Brasil, respondendo por quase 79% da produção nacional, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em relação à propriedade do bloco, a BP detém 100% de participação, tendo adquirido a área em um leilão promovido pela ANP em dezembro de 2022. O contrato de partilha firmado com o governo brasileiro estipula que a empresa irá ceder 5,9% do óleo excedente à União, através da estatal Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).
A BP também está envolvida na exploração de petróleo em mais oito blocos marítimos e se prepara para novas atividades no bloco Tupinambá, programadas para 2026. No Brasil desde 1957, a empresa possui um portfólio diversificado que inclui exploração de gás e petróleo, bioenergia, lubrificantes e energia solar. O mais recente marco de sua atuação foi a inauguração da Usina Termelétrica GNA II, a maior termelétrica a gás natural da América Latina, localizada em São João da Barra, em um evento que contou com a presença do presidente da república.
A mudança do nome British Petroleum para BP Energy reflete a nova fase da empresa, que busca enfatizar seu compromisso com fontes de energia diversificadas e sustentáveis, além do petróleo. No entanto, vale lembrar que a BP enfrentou também desafios no passado, como o notório vazamento no Golfo do México em 2010, que impactou sua imagem global e resultou em obrigações financeiras significativas.